terça-feira, 5 de março de 2013

PT e PSOL abandonam comissão de direitos humanos em protesto à indicação de pastor evangélico

Ivan Richard, Agência Brasil - 07/03/2013 - 11h11
Dep. Domingos Dutra (PT-MA)
Brasília – O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo em protesto à indicação do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), acusado de homofobia e racismo, para a presidência do colegiado. Todos os deputados do PT e do PSOL também se retiraram da comissão. Dutra se retirou da reunião, antes da eleição do novo presidente do colegiado. A eleição será conduzida pelo membro mais idoso da comissão, o deputado evangélico Costa Ferreira (PSC-MA).

A reunião teve início a portas fechadas. O acesso a manifestantes não foi permitido. Em meio a debates acalorados entre deputados evangélicos e os defensores dos direitos dos homossexuais e negros, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) se emocionou. Ele se opôs à decisão do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de convocar a sessão a portas fechadas para eleição da presidência do colegiado.

"Nem a ditadura ousou bloquear o acesso do povo esta Casa. Essa comissão não é de evangélicos ou de católicos, mas do povo", disse Dutra que renunciou à presidência da comissão.

O deputado Pastor Eurico (PSB-PE) criticou a postura de Dutra. "Isso é uma comissão de direitos humanos ou de direitos de uns e de outros? Não existe crime antes de ser julgado", pontuou. "Estão praticando o preconceito aos evangélicos. Poderíamos convocar os evangélicos para fazer baderna nessa Casa. Mas nós, evangélicos, não somos de fazer baderna."

O deputado Takayama (PSC-PR) disse que os evangélicos não são contra os homossexuais. “Amamos os homossexuais. Amamos o pecador, mas não as práticas do pecado", disse Takayama.

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) criticou a decisão de impedir o acesso de manifestantes à reunião. "Os espectadores não devem estar entendendo esse episódio que nos remonta a um período triste da nossa história. A questão aqui é política. Não é legal, nem regimental."
Edição: Lílian Beraldo
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Professores da rede pública do Rio anunciam paralisação
Paulo Virgilio, Agência Brasil - 05/03/2013 - 22h23
Rio de Janeiro - Os professores do estado e do município do Rio de Janeiro anunciaram hoje (5) que vão fazer uma paralisação no próximo dia 21, data em que a categoria vai dar início ao estado de greve.

Esta tarde, eles participaram no centro do Rio de uma marcha em defesa da educação pública. A manifestação saiu da Candelária e seguiu até a Cinelândia, prejudicando o trânsito de veículos na Avenida Rio Branco.

De acordo com a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação, Marta Moraes, o reajuste salarial e o plano de carreira unificado para professores e funcionários são as principais reivindicações da categoria.
Edição: Aécio Amado
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-05/professores-da-rede-publica-do-rio-anunciam-paralisacao



Governo venezuelano anuncia a morte de Hugo Chávez
Vice Nicolás Maduro confirmou "dor imensa" para o país na tarde desta terça-feira
05/03/2013 20:23

Crédito: AFP
O socialismo latino-americano perdeu um de seus grandes ícones nesta terça-feira, com a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aos 58 anos. Ele foi internado em Cuba em dezembro passado e transferido para o Hospital Militar de Caracas em fevereiro, depois que passou pela quarta cirurgia no combate a um misterioso câncer na região pélvica, contra o qual lutava desde junho de 2011. A confirmação do óbito foi feita pelo vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que destacou a "dor imensa do país". De acordo com ele, o "comandante" teve o óbito registrado às 16h25min (17h55min no horário de Brasília).

No poder desde fevereiro de 1999, Chávez havia sido reeleito mais uma vez no ano passado, dessa vez em uma disputa acirrada com a oposição. Ele cumpriria mandato até 2019, quando completaria duas décadas no poder, em um período no qual se firmou como contraponto às políticas norte-americanas na América.

A doença de Chávez era motivo de muita especulação e discórdia. Na Venezuela, a oposição questionava as informações divulgadas pelo governo sobre a saúde do presidente. As primeiras imagens de Chávez após a cirurgia de dezembro só foram divulgadas em 15 de fevereiro, com o presidente cercado por duas de suas filhas no hospital em Havana. No dia 18, ele voltou a usar o Twitter para anunciar que havia retornado à Venezuela.

A primeira informação sobre as condições de Chávez para governar veio no último dia 23, quando o vice-presidente Nicolás Maduro relatou uma reunião realizada dentro do hospital entre o presidente e sua equipe econômica na noite anterior. Segundo Maduro, Chávez se comunicava por escrito. No mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff afirmou, após conversa com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, que o quadro de saúde do colega não era muito preocupante, apesar da piora no quadro respiratório.

A nova trajetória de luta contra a doença começou no primeiro semestre de 2012, quando Chávez anunciou novo tratamento em Cuba para um misterioso câncer, cuja primeira intervenção havia sido comunicada em 2011. A natureza da "grave doença" divulgada pela imprensa oficial nunca foi revelada, mas o político retornou a Caracas em tempo de fazer campanha para conquistar mais uma vitória.

Em maio, Chávez foi mais uma vez a Havana para fazer sessões de radioterapia. O tratamento foi declarado um sucesso, mas em dezembro o presidente anunciou o "retorno do câncer". Chávez retornou a Havana para retirada de tumor. O vice-presidente, Nicolas Maduro, anunciou que o procedimento foi um sucesso, mas que recuperação seria mais longa e difícil. O político venezuelano sofreu complicações, com uma infecção respiratória e, posteriormente,
foi anunciada falha na função renal.

Tenente-coronel do Exército da Venezuela, Hugo Chávez tentou chegar ao poder pela primeira vez através de um golpe de estado, em 1992. A tentativa de derrubar o presidente Carlos Andrés Perez foi frustrada, no entanto. Ao assumir o governo de forma democrática, em 1999, Chávez logo colocou em marcha a sua chamada “revolução bolivariana”. Ficou marcado pela estatização de grandes indústrias e da máquina petrolífera da Venezuela. Em meio à crise econômica, o país se viu com escassez de alimentos e o presidente também avançou sobre supermercados, ameaçando encampar comércios que não vendessem os alimentos com os preços tabelados, entre outras ações.

Ao morrer, Chávez concentrava um grande poder em suas mãos. Era presidente, comandante-em-chefe das Forças Armadas e presidente do PSUV. Além disso, seus partidários controlam a maioria parlamentar e ostentam uma maioria no Supremo Tribunal de Justiça. Para além das fronteiras, o presidente venezuelano é o componente mais radical e irreverente de um grupo de governos de esquerda latino-americanos que chegaram ao poder nos últimos anos. Selou uma aliança estratégica com Cuba, com quem aprofundou a integração econômica e política, e chegou a considerar a ideia de unir ambos os países em uma federação, enterrada por sua derrota na tentativa de realizar uma reforma constitucional em 2007.

Após o golpe de 2002, Fidel Castro forneceu milhares de médicos, agrônomos, assessores militares e militantes a Chávez para montar as chamadas "missões" sociais que lhe permitiram fortalecer seu poder. Este, por sua vez, tornou-se "salvador" de uma Cuba frágil após a queda da União Soviética, com o fornecimento de petróleo e ajuda econômica. Fidel também supervisionou o tratamento médico de Chávez em Cuba.

Forte com seus petrodólares, Chávez criou iniciativas regionais como o grupo de integração econômica e coordenação política Aliança Bolivariana das Américas (ALBA), integrada por Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e ilhas caribenhas anglófonas, assim como o Petrocaribe, de subsídios petroleiros. Foi impulsionador de organismos de integração como a União Sul-Americana e teceu alianças com países como Rússia, China, Irã e a Líbia de Muamar Kadhafi.

"Ao longo de minha vida cometi o erro fundamental de descuidar da saúde", admitiu no fim de junho de 2012, quando informou em Havana que sofria de câncer. Filho de dois professores de educação primária e criado por sua avó materna, Chávez cresceu na localidade de Sabaneta, estado de Barinas, e foi criado por sua avó paterna. Casou e se divorciou duas vezes, tendo quatro filhos: Duas mulheres e um homem do primeiro casamento e uma menina do segundo.
Fonte: Correio do Povo
http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=491374
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