terça-feira, 30 de julho de 2013

Estou pensando:

Se pela Lei 11.738 (Lei do Piso) temos direito a Sete horas/atividades das vinte horas semanais, por que aceitamos a imposição da cre de apenas cinco? Estamos esperando que o governo regulamente? Mas já está regulamentada no país inteiro pela lei acima. 

O Supremo Tribunal Federal já respondeu ao Cpers afirmativamente, confirmando que 1/3 é igual a 7 horas/atividades! O que falta, então? Que cada um dos 79 mil professores gaúchos pare de trabalhar 15 horas/aula e passe a cumprir 13 horas/aula da sua CH de 20 horas. Basta comunicar essa decisão à direção da(s) escola(s) e pronto. 

Com as duas horas a mais, estamos trabalhando semanalmente por 8.900 professores que o governo deixou de nomear. Substituímos todos eles trabalhando 15 horas/aula semanais. 

Não queremos continuar trabalhando cento e setenta e oito mil horas a mais sem horas extras e sem receber o piso da lei acima, de R$ 1.567,00. Ou queremos?

A coordenadora da cre pode até ser presa. Tu duvidas? Leia o ofício do nosso jurídico:



Vamos analisar alguns trechos do Parecer 018/12 do Conselho de Educação Básica, do Conselho Nacional de Educação:

Como afirma o Parecer CNE/CEB nº 8/2004, formulado pelo então Conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, não há qualquer problema que determinado sistema componha jornadas de trabalho de professores com duração da hora-aula em 60, 50 ou 45 minutos, desde que as escolas e a própria rede estejam organizadas para prestar aos estudantes a totalidade da carga horária a qual eles fazem jus. Assim, poderá haver jornada de trabalho de 40 horas semanais, com aulas de 60 minutos; jornada de trabalho de 40 horas semanais, com aulas de 50 minutos; ou jornada de trabalho de 40 horas semanais, com aulas de 45 minutos de duração.

Logo, para cumprimento do disposto no § 4º do art. 2º da Lei nº 11.738/2008, não se pode fazer uma grande operação matemática para multiplicar as jornadas por minutos e depois distribuí-los por aulas, aumentando as aulas das jornadas de trabalho, mas apenas e tão somente destacar das jornadas previstas nas leis dos entes federados, 1/3 (um terço) de cada carga horária. Nesse sentido a lei não dá margem a outras interpretações.

Dito de outra forma: independentemente do número de aulas que os alunos obterão durante um período de 40 horas semanais, a Lei nº 11.738/2008 se aplica a cada professor individualmente. Por exemplo, numa jornada de 40 horas semanais, o professor realizará 26,66 horas de atividades com educandos e 13,33 horas de atividades extraclasse.

O importante é que todos saibam que a questão do direito dos estudantes, aos quais a LDB assegura 800 (oitocentas) horas anuais lecionadas em 200 (duzentos) dias letivos, não se confunde com os direitos dos professores naquilo que diz respeito às suas jornadas de trabalho.

Aos estudantes, a escola ou o sistema de ensino deve assegurar o total de horas de aulas determinado pela LDB e, para tanto, devem prover a contratação ou redimensionamento das cargas horárias de quantos profissionais sejam necessários para assegurar aos estudantes este direito.
[...]
Ao professor, por outro lado, é garantida a contratação com base em um determinado número de aulas, independentemente da duração de cada aula para efeito do que assegura ao estudante a LDB. Portanto, cada professor deve cumprir um determinado total de aulas semanais, organizadas em:
- atividades de interação com educandos;
- atividades extraclasse.


[...]
Assim, a hora-aula, compreendida do ponto de vista do direito dos estudantes e a hora de trabalho, como base da jornada de trabalho do professor, remetem a unidades e conceitos diferentes.

De acordo com a Lei nº 11.738/2008, portanto, ao professor deve ser assegurada uma composição da jornada de trabalho que comporte, no máximo, 2/3 (dois terços) de cada unidade que compõe essa jornada, ou seja, cada hora de interação com os estudantes. E, em decorrência, no mínimo 1/3 (um terço) destas horas destinadas a atividades extraclasse.

Assim, em uma jornada de 40 horas semanais, independentemente da unidade de tempo que as compõem para os estudantes (60 minutos, 50 minutos e 45 minutos) 26,66 destas serão destinadas à interação com educandos e as demais 13,33 para atividades extraclasse.

Importantíssimo que se ressalte que tudo o que aqui se disse sobre a jornada de trabalho docente se aplica também aos professores que lecionam na Educação Infantil, pois estes também são professores da Educação Básica (que se inicia na Educação Infantil e se completa no Ensino Médio).
[...]
As horas de atividade extraclasse são essenciais para que o trabalho do professor tenha a qualidade necessária e produza resultados benéficos para a aprendizagem dos estudantes.

Considerando-se ou não o disposto mais acima, estes momentos incluem o trabalho que o professor realiza fora da escola, normalmente em sua própria residência, incluindo leituras e atualização; pesquisas sobre temas de sua disciplina e temas transversais; elaboração e correção de provas e trabalhos e outras tarefas pedagógicas.

O professor sempre trabalhou, e muito, em sua própria residência. A composição da jornada de trabalho que considera e remunera este trabalho, reconhece um fato concreto e, com a Lei nº 11.738/2008, melhora o tempo e as condições para que este trabalho seja feito.
 
PCEB18/12

*Para quem quiser conferir o documento na íntegra no GoogleDocs:
.

domingo, 28 de julho de 2013

Tarso tem a terceira pior avaliação do País, segundo pesquisa do Ibope

 

A pesquisa Ibope da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quinta aponta que 25% da população do Rio Grande do Sul avalia o governo Tarso Genro como ótimo ou bom. A administração do Estado é a terceira pior colocada nesse quesito, atrás do Rio de Janeiro e Goiás, com 12% e 21% de aprovação, respectivamente.

O levantamento apontou que o governador pior avaliado do país foi Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro. Ele obteve apenas 12% de avaliação ótima ou boa dos entrevistados. Cabral ficou abaixo da média nacional, de 28%. O segundo mais mal avaliado foi o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), seguido pelo gaúcho Tarso Genro (PT), com 25%, e pelo paulista Geraldo Alckmin (PSDB), com 26%.

A pesquisa CNI/Ibope apontou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como o mais bem avaliado entre os 11 Estados da sondagem. Campos teve gestão avaliada como ótima ou boa por 58% da população do Estado. Em segundo lugar, com 41% de avaliação ótima ou boa, aparece o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), seguido pelo cearense Cid Gomes (PSB), com 40%, e, em seguida, o mineiro Antonio Anastasia (PSDB), com 36%.

O Estadão/Correio do Povo/Foto: Reprodução


Fonte: Trespassos News

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Lewandowski confirma validade do programa Mais Médicos

O programa para levar médicos a comunidades carentes havia sido questionado pela Associação Médica Brasileira

O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, deu decisão provisória, no início da noite desta sexta-feira, confirmando a validade da medida provisória que instituiu o programa Mais Médicos. O projeto do Executivo foi questionado por meio de mandado de segurança da Associação Médica Brasileira na última quarta-feira.

Depois de citar números para destacar o mérito da iniciativa para suprir as deficiências na área de saúde, Lewandowski informou que o Judiciário não pode discutir o mérito de políticas públicas, "especialmente no tocante ao reexame dos critérios de sua oportunidade e conveniência".

O ministro ressaltou que não compete ao STF analisar os requisitos de urgência para edição de medida provisória, exceto em casos específicos de desvio de finalidade ou de abuso de poder. De acordo com ele, essa avaliação compete ao Executivo e ao Legislativo. "Não me parece juridicamente possível discutir, com certeza e liquidez, critérios políticos de relevância e urgência, na via estreita do mandado de segurança".

Lewandowski determinou a convocação de outras partes interessadas no processo e a prestação de informações pela Presidência da República. Em seguida, os autos serão encaminhados à Advocacia-Geral da União (AGU).

O ministro deu a liminar na condição de plantonista, pois o STF está de recesso até o início de agosto. O relator do caso é o ministro Marco Aurélio Mello.

Fonte: Portal Terra

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Posse da professora Marli Silva no CEED/RS


O Conselho Estadual de Educação (CEEd/RS) empossou nesta quarta-feira(24), em sessão plenária, as Conselheiras Marli Helena Kümpel da Silva e Neuza Mariza Franco Lopes, que integrarão este órgão na condição de representantes do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), completando as cadeiras que estavam em aberto ao Sindicato desde o inicio do corrente ano. 
 ceed
Da esq para direita, prof Marco Antônio Sozo, professora Neiva Moreno, Marli da Silva
e Neuza Mariza Franco. Representantes do CPERS SINDICATO   



Posse da professora Marli Silva no CEED/RS
Em cerimônia realizada na manhã desta quarta-feira 24, em Porto Alegre, foram empossadas como representantes do CPERS/Sindicato no Conselho Estadual de Educação as conselheiras Marli Helena Kümpel da Silva  e Neuza Mariza Franco Lopes.

A Professora Marli Silva, foi indicada ...pela INTERSINDICAL/RS para ser uma das Representantes dos CPERS no CEEd, pelo seu histórico de luta e compromisso coma Educação Pública. Pela sua trajetória de Dirigente do CPERS no 15º Núcleo e pela disposição de pautar sua atuação no CEED na defesa intransigente dos interesses dos educadores e das escolas Públicas.

O seu discurso no ato de posse foi pautado por esses compromissos e por defender a necessidade do CEED não ficar indiferente ao fato de o Governo Tarso não cumprir a lei do Piso dos Educadores , bem como 1/3 de horas-atividade na jornada dos professores. Assim como, a defesa da autonomia das escolas pública - conquista da lei de Gestão Democrática.

A nossa companheira, professora Marli terá seu mandato pautado pelas decisões do CPERS /Sindicato e, principalmente,  pela demanda das escolas públicas.

  Neiva Lazzarotto Diretora do CPERS/Sindicato Coordenação da Intersindical Sul
 
Fotos:  Marcelo de Miranda Noms
Assessoria de Imprensa do CEEd




Discurso de posse

Bom dia

Professor Augusto Deon,  Presidente do CEED, em seu nome saudo os demais conselheiros e os colegas da casa.
Autoridades, professora Rejane, presidente do CPERS SINDICATO, professora Neiva Lazzarotto responsável pela minha indicação para este Conselho.

Senhoras e Senhores, colegas e amigos

Muitas coisas aprendi, ao longo do tempo,  na convivência com colegas e alunos, nas lutas do CPERS: acatando, questionando, duvidando, contestando, incorporando. Mas, refletindo sempre, sempre querendo saber mais.
Tenho um desafio, de manter-me fiel às expectativas e necessidades dos educadores, comunidade escolar e das escolas estaduais com a coragem de intervir no momento necessário, nas questões essenciais da educação estadual.
Dentre os inúmeros desafios que hoje assumo alguns precisam ser enfrentados na formulação das políticas públicas como o ensino de qualidade para todos , escolas com autonomia pedagógica e comprometidas com os interesses da maioria da população.

Além de aumento de verbas, a formação dos profissionais de educação e sua valorização precisam ser prioridade. Os educadores ainda são os formadores de opinião de uma grande parte da população é preciso que se comprometam com isso. O envolvimento da sociedade como um todo também é necessário, cobrando soluções, apontando falhas e principalmente sugerindo melhorias.



Represento e defendo a escola pública e os educadores. As professoras, os professores e os servidores de escola são a alma do processo educativo. Não serão as máquinas e a tecnologia que formarão as pessoas. Os alunos precisam de vínculos, de referenciais de educadores qualificados e valorizados.

Reafirmo também o compromisso de atuar dentro das prerrogativas deste Conselho na defesa do PISO do Magistério na atual carreira e o período da hora atividade.  No governo da Yeda, tampouco nesse governo a lei foi respeitada e esse Conselho precisa se manifestar não pode ficar indiferente  precisa adotar uma posição que respalde a necessária valorização profissional dos
educadores.

Eu aproveito para falar de outro grupo: os jovens estudantes brasileiros que tomaram as ruas, precisamos  ouvi-los. Não podemos ficar quietos, calados, diante de tantos desacertos na defesa de uma educação de qualidade. Que não descansem, que se mobilizem, exijam, cobrem, para fazer este país crescer com justiça social .

“Este é um mundo violento e mentiroso, mas não podemos perder a esperança e o entusiasmo pela mudança”, diz Eduardo Galeano

A lição maior como educadores que temos de Freire é a preocupação com o social. A busca de alternativas e propostas devem ser uma constante em nosso dia a dia, no sentido de resgatar a cidadania e a dignidade do “homem”, do “cidadão” e do “trabalhador”. Caminhos que posso e quero seguir aqui no Conselho.

Estamos Todos, ao mesmo tempo, aprendendo e ensinando  por isso agradeço aos amigos, colegas conselheiros, autoridades que aqui estão prestigiando esta sessão plenária. 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Igualar salário de vereador e professor


Em Jaú (SP), projeto tenta igualar salário de vereador ao de professor

Um vereador do município de Jaú (a 296 km de São Paulo) tenta pela segunda vez a aprovação de um projeto de lei que equipara o salário de vereadores aos de professores de educação infantil da rede pública municipal.

Em março deste ano
, o valor recebido pelos vereadores da Câmara da cidade passou de R$ 4.315,83 para R$ 4.608,01. Caso o projeto seja aprovado, os políticos passarão a receber em torno de R$ 1.700,00, segundo o idealizador da proposta, Fernando Frederico de Almeida Júnior (PMDB).

"O projeto propõe o estabelecimento de um teto para os subsídios dos vereadores. Esse teto seria a média aritmética entre o menor e o maior salário previsto para o professor de educação infantil do município", explica Almeida Júnior que também é mestre em direito e doutor em educação.

Relembre a redução polêmica de salário de professores no Ceará

Para ele, o objetivo da emenda à Lei Orgânica do município (normas que regem a cidade) é dar uma atenção maior aos professores e abrir precedentes para que outros municípios adotem medidas semelhantes. "A médio prazo, isso implicaria em forçar os vereadores a pensar antes de decidirem aumentar os próprios subsídios. Afinal, antes disso teriam que brigar junto ao poder executivo para aumentar o salário dos professores", acrescenta o vereador.

Quando questionado sobre o porquê da equiparação salarial ser igual a de professores de educação infantil, Almeida Júnior explica que foi o melhor parâmetro encontrado para estabelecer o teto, uma vez que estes recebem um salário físico e os demais professores recebem de acordo com a quantidade de horas que trabalham.


"O professor vem sendo muito desvalorizado e já passou da hora de darmos atenção para eles. Tivemos uma década contra o autoritarismo e depois disso tivemos uma década contra a inflação. Agora estamos em uma década contra a pobreza extrema. Já passou da hora de termos um tempo dedicado à melhoria e valorização da educação", ressalta.


Tramitação

A proposta de emenda foi entregue para a comissão de Constituição, Justiça e Redação e precisa ser aprovada pelos membros para ser colocada em votação na Câmara.
 
De acordo com o vereador Almeida Júnior, que preside a comissão, o projeto pode ser colocado para votação daqui a duas semanas. A espera ocorre, pois ele aguarda a chegada de pareceres favoráveis de juristas para dar prosseguimento a apresentação da emenda. "Quero esperar os pareceres para que possamos ter ainda mais argumentos em prol dessa mudança", diz.

Caso a proposta passe pela comissão, ela deverá ser colocada para votação na Câmara dentro de 15 ou 20 dias, explica Almeida Júnior.


Para ser aprovado, o projeto precisa de 12 votos. A ideia é que a mudança seja aplicada a partir do próximo mandato dos vereadores, em 1º de janeiro de 2017. "A expectativa é positiva. Já temos sete assinaturas contando a minha. Falta só convencer mais cinco pessoas", brinca. 

A Câmara recusou o projeto em 2012, quando foi apresentado pela primeira vez.


"Muitos podem questionar 'Por que eles não sobem o salário do professor ao invés de reduzir o do vereador?!'. Mas só quem pode fazer isso é o prefeito do município. Nós vereadores não podemos tomar essa iniciativa legislativa", resume.
Petição
Uma petição online foi criada em apoio ao projeto. Com 4.857 assinaturas até o momento, os organizadores desejam que nenhum vereador receba mais do que o professor.

"A petição não é oficial, mas é uma manifestação de apoios", afirma. "Desejar que essa ideia se espalhe pelo Brasil parece utópico, mas existem as utopias eficientes. Elas geram movimentos que implicam em atitudes concretas que resultam em mudanças."  


http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/07/19/em-jau-sp-projeto-tenta-igualar-salario-de-vereador-ao-de-professor.htm

Fonte: profemarli.comunidades.net 

domingo, 21 de julho de 2013

De fato, o rei está nu, mas de gravata


Juremir Machado da Silva


Em 1775, enquanto a massa passava fome, a rainha perdia a cabeça pela primeira vez.

A segunda seria definitiva.

– Se não tem pão, que comam brioches – disse.

O rei, quando a massa se revoltou, perguntava-se:

– Por que estão agindo dessa maneira?

No Rio de Janeiro, a massa foi às ruas urrar contra aumentos nas passagens de ônibus. Pouco depois, a filha do “rei dos ônibus”, deu de barato e casou-se usando um vestido de R$ 3 milhões.

Três dias depois, a turba quebrou o bairro chique do Leblon.

Um observador teria exclamado:

– Por que estão agindo assim? Não vejo nexo nisso tudo.

O Brasil vem gritando há mais de um mês: o rei está nu. Mas nem todos querem ouvir. Nem ver. 
Há uma diferença entre pornografia e obscenidade. Toda pornografia é obscena. Nem toda obscenidade é pornográfica. A pornografia é a obscenidade gratuita ou com interesse comercial. Pode-se estar nu vestindo terno e gravata. Os deputados federais e senadores estão nus. Renan Calheiros vive pelado e mãos nos bolsos para proteger seus ganhos. Até Joaquim Barbosa, presidente do STF, vem sendo desnudado. O mais incrível é que, quanto mais o Brasil enxerga a pornografia por trás das fatiotas, mais os nossos representantes tentam fingir que não é com eles.


A nudez maior, obscena, mostra tudo da crise de representatividade que abala o país. Os eleitos, embora votados, não conseguem mais representar a população, ou parte dela, que lhes joga na cara o desprezo sentido. A regra do jogo democrático consiste no reconhecimento pelo todo do escolhido pela parte. Quando o todo já não consegue reconhecer a legitimidade do eleito pela parte, o sistema está nu ou apodrecendo. Os seus formalismos não conseguem esconder as imperfeições do conteúdo. Os vereadores de Porto Alegre foram desnudados pelos jovens que se instalaram na Câmara de Porto Alegre. Se não se faz omelete sem quebrar os ovos, não se passa por uma crise de representatividade e de legitimidade sem excessos. Na política, porém, a ordem dos fatores, vale repetir, pode alterar o produto. Os indignados brasileiros estão dizendo faz tempo que não suportam mais os excessos dos eleitos. No extremo, responde-se a excesso com excesso.

Qual o pior excesso? Os mais conservadores perderam o equilíbrio, saudosos dos tempos em que podiam silenciar seus oponentes no grito. Nos tempos atuais o que se exige é transparência: nudez total dos negócios públicos. Os jovens que se manifestam nas ruas querem levantar o véu, tirar a cobertura, revelar, descobrir aquilo que sempre é escondido por razões técnicas, políticas ou simplesmente sem explicação. Toda relação dos entes públicos com empresas privadas deve ser divulgada em todos os seus detalhes. O resto é pornografia. Renan Calheiros na presidência do Senado é um ato pornográfico chocante. Henrique Eduardo Alves na presidência da Câmara de Deputados é pornografia barata. A impossibilidade de se fazer uma reforma política já por consulta popular é indecente e resulta dos bacanais dos nossos representantes, que se misturam em todas as posições.


O rei está nu. O rei é político. Mas não é sem políticos que se resolverá o problema. A solução passa por mostrar todos pelados até que a bandalheira seja compreendida na sua profundidade ou na sua superficialidade escatológica. O discurso moralista quer cobrir as vergonhas políticas com folhas de parreira e reformas superficiais. O Brasil só vai sair da crise de legitimidade e de representatividade quando toda a pornografia política estiver exposta em praça pública, a começar pelas relações incestuosas com empresas de ônibus. O falso moralismo precisa virar moralidade.

A pornografia maior é um vestido de R$ 3 milhões com o dinheiro das passagens de ônibus.

Não tem nexo!

http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=4627 
 

sábado, 20 de julho de 2013

Piso salarial, uma conta que não fecha no Rio Grande do Sul

Com uma dívida que cresce todos os meses pelo não pagamento do valor, Estado não conseguiria quitar essa diferença se todos os 75 mil professores estaduais decidissem ingressar na Justiça 
Por: Associação dos Diários do Interior do RS (ADI) - Especial 
Diário Popular, 19.07.13 - 06h22
Se os cerca de 75 mil professores do ensino estadual resolverem cobrar a diferença entre o piso nacional do magistério (R$ 1.567,00) e o valor básico pago pelo Executivo gaúcho (R$ 977,00) na Justiça, isso poderá gerar uma conta impagável. O governo do Estado não confirma os valores desse passivo, mas é certo que ele poderá comprometer ainda mais as finanças públicas do Rio Grande do Sul.

Estudo feito pelo economista e contador Darcy Francisco Carvalho dos Santos aponta que o passivo estará na casa dos R$ 10 bilhões até 2014. O montante dos precatórios, basicamente formado por atrasados das Leis Britto e pensões, fica em R$ 7 bilhões, conforme os cálculos de Santos. O estudo leva em consideração a hipótese de que todos os professores ingressem com ações judiciais pedindo o pagamento do piso retroativo a 2011, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou constitucional a lei que determina o valor como salário básico do magistério. Segundo ele, o cumprimento da lei do piso não se viabilizará sem que o governo mexa no plano de carreira do magistério, um dos pontos que opõem Estado e professores.

De acordo com a presidente do Cpers-Sindicato, Rejane de Oliveira, um expressivo número de professores já ingressou na Justiça cobrando os valores retroativos a 2011. Ainda que a cobrança se torne um precatório e o pagamento se arraste ao longo dos anos, a dirigente do Cpers entende que os docentes não devem abrir mão desse direito. Em junho, o Tribunal de Justiça do Estado também confirmou sentença determinando o pagamento do piso nacional ao magistério gaúcho. “Todos os espaços deram ganho de causa aos professores, mas o governo segue sem respeitar a decisão”, afirma Rejane. “O governo prefere ceder os valores para as empresas, através das isenções fiscais, e opta por aumentar os salários dos CCs (Cargos em Comissão), enquanto o trabalhador da educação não tem o piso determinado em lei”, critica a dirigente sindical.

O cumprimento da lei do piso nacional do magistério - da qual o governador Tarso Genro foi um dos articuladores enquanto estava no Ministério da Educação - foi uma das promessas de campanha do então candidato do PT ao Palácio Piratini, em 2010. No entanto, após assumir o Executivo, Tarso passou a recorrer a uma lógica compartilhada por outros estados que não conseguem cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF): a de que a correção do salário dos professores deve ser feita a partir do INPC. No entanto, a lei determina que o reajuste seja baseado no aumento do custo/aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Conforme Santos, essa fórmula de cálculo só aumenta índice de reajuste, pois as matrículas estão decrescendo.

O secretário estadual da Educação, José Clóvis Azevedo, enfatiza que o pagamento do piso nacional “não é factível com a realidade das finanças do Estado”. “Não conseguimos pagar com o valor no plano de carreira. Hoje, só podemos pagar o reajuste pelo INPC”, diz. Atualmente, o governo aposta suas fichas na proposta de revisão do índice, levando em conta o INPC e 50% do custo/aluno para cumprir a lei. Hoje, os professores recebem um completivo para quem recebe menos. Azevedo entende que o governo faz um grande esforço no que se refere à política salarial, mas diz que ainda não é suficiente. “Um professor deve ganhar mais, mas isso é o que é factível neste momento”, diz.

Panorama nos estados
De acordo com dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), cinco estados cumprem integralmente a Lei Nacional do Piso do Magistério:
Não pagam o piso: Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul.
Cumprem a lei parcialmente: Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe.
Cumprem a lei na totalidade: Acre, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco e Tocantins.
Não informado: Rio de Janeiro.
Fonte: CNTE

Estrutura precária das escolas estaduais desafia o ensino
Interdição de prédios, quadras sem condições de uso, rede elétrica comprometida, infiltrações, bibliotecas fechadas. Esse cenário faz parte da rotina dos professores e dos funcionários das escolas estaduais gaúchas, gerando preocupação entre mestres e pais de alunos dos cerca de 2,5 mil estabelecimentos.

A precariedade das estruturas preocupa a presidente em exercício da Federação das Associações dos Círculos de Pais e Mestres, Berenice Cabreira da Costa. Segundo ela, hoje no Estado não existe o conceito “manutenção”. A recuperação dos espaços, assinala, ocorre somente ao se atingir um ponto crítico, quando são feitos reparos emergenciais. “Sabemos que é difícil dar conta de uma estrutura como a da rede escolar, mas temos uma visão pessimista. A recuperação vai demandar muito tempo”, afirma, ressaltando que, enquanto alguns estabelecimentos são restaurados, outros vão se deteriorando. Para a presidente do Cpers-Sindicato, Rejane de Oliveira, a precariedade evidencia a desvalorização do ensino e compromete a qualidade da educação. Um ensino sem atrativos e com estruturas deficitárias, avalia, não fixa o aluno na escola.

No início do ano, um levantamento divulgado pela própria Secretaria Estadual da Educação (SEC) indicava que somente 338 instituições de ensino das mais de 2,5 mil existentes funcionam regularmente. Mais de 1,1 mil colégios não possuem alvará, Plano de Proteção Contra Incêndio (PPCI) ou Certificado de Conformidade, o que exigiria uma série de interferências nos estabelecimentos. Isso fez com que escolas como a Manoel Ribas, no centro de Santa Maria, passassem por readequações, como troca de para-raios, mudanças nos fios e substituição de corrimãos para ficar de acordo com as exigências previstas pela legislação. Com aproximadamente 2 mil alunos e 150 professores e funcionários, nos turnos da manhã e da noite, a comunidade da escola, construída em 1929 e tombada pelo patrimônio histórico, aguarda ainda por outras melhorias como a reforma do telhado, pintura e revisão elétrica. A promessa é de que os trabalhos comecem ainda neste ano.

Em Montenegro, no Vale do Caí, das 17 escolas estaduais, atualmente três estão interditadas. Em uma delas, a Coronel Álvaro de Moraes, a interdição fez com que os alunos da 1ª à 5ª séries passassem a ter aulas na Estação Cultura e de 6ª a 8ª, no CTG Os Lanceiros. Com o trabalho inicialmente previsto para ser concluído neste mês, a direção já projeta mais dois meses nos endereços provisórios. A medida se deu em razão da necessidade da realização de uma reforma geral no prédio, que apresentava sérios problemas estruturais.

Entre os problemas mais graves estavam telhas quebradas, rede elétrica sobrecarregada e estrutura danificada. Para piorar, uma parte do telhado desabou depois de um temporal, danificando um setor da cobertura do corredor. Segundo os Bombeiros, a escola não possuía os equipamentos do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). “Não se vai cumprir o prazo, tem muita coisa por fazer ainda. E nem se mexeu no prédio de trás”, afirma a diretora, Ana Accadrolli. Neste espaço, há seis salas de aula e quatro banheiros.

Sobre a improvisação das salas de aula na Estação Cultura e no CTG Os Lanceiros, Ana afirma que não haverá prejuízo ao ano letivo, mas isso exigiu uma alteração pedagógica. “Foi preciso fazer uma mudança na dinâmica de trabalho”, salienta. Como o prazo da reforma não deverá ser cumprido, ela explica que a escola poderá utilizar as instalações atuais pelo tempo que for necessário.

Em Erechim, no Colégio Estadual Professor Mantovani, a interdição da área se arrasta desde 2010. Ao longo dos anos, foi constatado que o chão cedeu, as janelas não abrem e o teto ficou abaulado. A partir daí, a alternativa foi usar laboratórios, biblioteca, secretaria e até o salão de atos como sala de aula. Numa perspectiva otimista, as obras devem começar ainda em 2013.

Internet ruim
No quesito acesso às tecnologias na rede estadual, a situação não é diferente. Usar a rede de dados é um desafio. Com capacidade inferior à demanda, professores se obrigam a levar um modem 3G particular para usar os tablets distribuídos pelo governo em sala de aula. Pelos cálculos da própria SEC, somente 2,3% das escolas contam com redes adequadas. Para fazer a pesquisa, aplicativos que exigem alta velocidade são deixados de lado, gerando muitas vezes frustração entre os docentes e seus alunos.

Plano de Obras prevê melhorias até 2014
O secretário estadual da Educação, José Clóvis de Azevedo, se mostra, claro, otimista com o cronograma de obras, e aposta no Plano de Necessidade de Obras (PNO) para melhorar as condições da estrutura da rede estadual. Segundo ele, em dois anos foram 1.584 obras e investidos R$ 230 milhões. Até 2014, com o PNO, projeta Azevedo, 1.024 estabelecimentos devem ser contemplados com melhorias, que devem somar R$ 1,5 bilhão. A Secretaria prevê que as 262 obras se iniciem até o fim deste ano. Para 2014, seriam iniciadas mais 262 obras nas escolas. Os demais projetos estariam prontos para serem executados no próximo governo.

Em Pelotas prefeitura afirma que obedece a lei
Em 7 de maio desse ano, durante as negociações com o Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp), o prefeito Eduardo Leite (PSDB) emitiu uma carta aos servidores e fez a seguinte avaliação sobre o pagamento do piso nacional da educação: “Levando-se em consideração que a lei 11.738/08 considera como piso nacional a remuneração inicial do professor, entendemos que o município de Pelotas já atende à regra legal, pois todo docente que ingressa no serviço público municipal percebe o salário básico mais o incentivo inerente à qualificação exigida, sobre o que incidem, ainda, os 20% de gratificação a título de hora-atividade. Os raros casos identificados que não condizem com o exposto, por não terem os professores curso superior, receberão tratamento diferenciado, elevando-se suas remunerações ao patamar exigido por lei.

Quanto ao que dispõe a mesma Lei 11.738/08 em seu artigo 2°, §4º, sobre a observância do limite máximo de 2/3 da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos, o município já respeita tal norma, oficialmente em relação aos professores PII e PIII, e informalmente em relação aos professores PI, que são substituídos num turno semanal por professores de Educação Artística, Educação Física e Ensino Religioso. Estamos dispostos a oficializar tal prática, mediante manifestação formal da Smed.”

O Simp, entretanto, não reconhece que o município de Pelotas pague o piso nacional ao magistério e incluiu a reivindicação na pauta da data-base desse ano.
http://www.diariopopular.com.br/index.php?n_sistema=3056&id_noticia=NzEyMTY=

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Tarso conversa com manifestantes em Erechim



Tarso conversa com manifestantes em Erechim                         
            (Foto: Caroline Bicocchi/Palácio Piratini)                     

Em meio à agenda de anúncios em Erechim, nesta segunda-feira (15), o governador Tarso Genro conversou com manifestantes que reivindicavam melhorias nas áreas de educação, segurança pública e questões de desapropriações agrárias. Um grupo de pequenos agricultores, de Mato Leitão, solicitou o apoio do Governo do Estado quanto à possibilidade de desapropriação de suas propriedades para fins de demarcações indígenas.

"O direito dos agricultores titulados precede. Nenhum proprietário pode ser retirado de sua terra sem contestação. Quero aqui estabelecer um pacto de solidariedade, dei a mesma sugestão às comunidades indígenas, de buscarmos solução pelo diálogo", ressaltou o governador Tarso Genro. 

 
O governador conversou com os manifestantes, que participaram da cerimônia de entrega de retroescavadeiras pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Mais cedo, o chefe do Executivo gaúcho conversou com PMs, e lembrou dos reajustes concedidos na área. Os PMs reivindicavam o pagamento de precatórios e reajuste salarial.

Alguns servidores da educação da região também solicitavam o pagamento do piso salarial. "Até que consigamos efetuar o pagamento em sua plenitude, estamos repassando um complemento para que nenhum professor do Estado receba menos que o piso
salarial", ponderou Tarso.


http://www.jornalbomdia.com.br/editorias/tarso-conversa-com-manifestantes-em-erechim

Fonte: Profemarli.comunidades.net  
                                
          

Nota do Blog: Assista no site profemarli.comunidades.net o vídeo em que o Governador dialoga com a professora. Assista e tire suas próprias conclusões. 

Outra coisa: No diálogo o Governador afirma que o completivo é provisório. A pergunta que cabe: Provisório até quando? Não dá mais para esperar... Negociação  e PISO   Já!


quarta-feira, 17 de julho de 2013

RJ: protestos se unem e manifestantes apedrejam prédio da Globo

Após horas de manifestações pacíficas, teve início confronto entre populares e policiais militares

Coquetéis molotov foram lançados e a porta do prédio foi arrombada Foto: Daniel Ramalho / Terra
Coquetéis molotov foram lançados e a porta do prédio foi arrombada
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Duas manifestações complicavam o trânsito na zona sul do Rio desde o fim da tarde. A primeira ocorria perto da residência do governador Sérgio Cabral (PMDB), na esquina da avenida Delfim Moreira com a rua Aristides Espínola, no Leblon. Na outra, moradores da Rocinha, na Gávea, protestavam por causa do desaparecimento de um morador da comunidade. O grupo formado por cerca de 100 manifestantes, de acordo com a Polícia Militar, chegou a fechar a autoestrada Lagoa-Barra por alguns minutos.
Depois, eles seguiram em passeata até o Leblon, onde se juntaram ao grupo que estava nas proximidades do prédio onde mora o governador. De acordo com a PM, cerca de 700 pessoas estavam no local de forma pacífica. O trânsito ficou complicado para quem ia para a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes, devido ao fechamento da avenida Delfim Moreira.
 
O governador Sérgio Cabral, por meio da assessoria, divulgou nota sobre a manifestação. "A oposição busca antecipar o calendário eleitoral criando constrangimentos à governabilidade. O governador, legitimamente eleito por 67% dos votos no primeiro turno, nas últimas eleições, reitera o seu compromisso de continuar a manter o Rio de Janeiro na rota do desenvolvimento social e econômico."
 
Após deixarem a porta da casa de Cabral, o grupo saiu em passeata pelas ruas do Leblon. No caminho, apedrejaram um prédio administrativo da Rede Globo. Coquetéis molotov foram lançados e a porta do prédio foi arrombada. Seguranças lançaram água de extintores no grupo que tentava forçar a entrada no local. Um carro do SBT foi pichado. 

Além dos danos no prédio da Globo e em um veículo do SBT, ônibus foram pichados com a inscrição "Fora Cabral". Uma placa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi incendiada na rua Mario Ribeiro, na Gávea. 


A polícia não acompanhava o grupo e não houve qualquer repressão ao princípio de confusão. Por volta das 22h45, começou um confronto. Manifestantes montavam barricada e atacavam policiais militares na rua de Cabral e na avenida General San Martin com pedras e morteiros. A PM revidava com bombas de gás, mas se mantinha apenas na rua de Cabral, sem avançar.

Bancos também foram depredados, na avenida Ataulfo de Paiva. A Tropa de Choque foi chamada. Ainda não há informações de feridos. 

 Fonte: Portal Terra atualizado às 23h29

terça-feira, 16 de julho de 2013

Carta aberta do Bloco de Lutas

Bloco de Lutas emite carta aberta à população de Porto Alegre

 

O Bloco de Luta pelo Transporte Público que ocupa as instalações da Câmara de Vereadores de Porto Alegre desde a quarta-feira 10 emitiu carta aberta à população de Porto Alegre. O Bloco chamou uma coletiva de imprensa para esta segunda-feira 15, às 19h, na Câmara. Confira, abaixo, a carta aberta:
 
O Bloco de Luta pelo Transporte Público estabeleceu um canal de diálogo permanente, de via dupla, com a Câmara de Vereadores, por meio de uma comissão de interlocução. No dia 12 de julho, apresentamos uma carta de reivindicações, recebida pela casa e disponibilizada ao público.

Por meio da ocupação e da greve geral do dia 11 de julho, conseguimos articular diversos setores organizados da classe trabalhadora, que se dirigiram à Câmara de Vereadores em um claro sinal de apoio à mobilização iniciada pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público. Aproveitamos esse momento para aprofundar o debate sobre projetos de lei propondo abertura de contas e passe livre para estudantes e trabalhadores desempregados, com trabalhadores rodoviários e intelectuais, a fim de encaminhar uma proposta concreta que pudesse ser apreciada pela casa.

Em meio a isso, percebemos, como de costume, uma postura constante da mídia de criminalizar os manifestantes, apresentando-nos como um movimento inacessível ao diálogo, chegando ao ponto de plantar factoides difamatórios, com o objetivo de desestabilizar a ocupação, isolá-la da sociedade e, a partir disso, dar sinal verde à repressão.

Apesar disso, continuamos promovendo um contexto produtivo de debate, com um diálogo sempre aberto com os vereadores, que puderam nos apresentar uma contraproposta, que foi posta em avaliação pelas assembleias gerais do movimento. O Bloco de Luta pelo Transporte Público, em assembleia geral, aprovou 75% das propostas apresentadas pelos vereadores e indicou a desocupação da Câmara na segunda-feira, na parte da manhã, visto que, durante este fim de semana, estamos promovendo um seminário aberto à população, com debates e aulas públicas relacionados à questão do transporte público.

Ainda assim, vimos todo o nosso esforço de negociação ser rompido de forma unilateral e incompetente pela presidência da Câmara, que protocolou um pedido de reintegração de posse. Embora essa incompetência tenha sido declarada verbalmente pelo próprio presidente da Câmara de Vereadores, entendemos que ele continua sendo responsável por uma eventual retomada de negociação, bem como por qualquer despejo violento.
Face ao rompimento das negociações por parte dos vereadores, exigimos do governo Tarso Genro e do secretário de segurança pública, garantias de que não haja nenhum tipo de intervenção da Brigada Militar no processo iminente de reintegração de posse, diante de uma ocupação que se mostrou pacífica e zelosa com o patrimônio da casa.

Seguiremos mantendo a calma e a tranquilidade em nosso movimento, mantendo firmes nossos propósitos. Sabemos que o pedido de reintegração reflete, antes de mais nada, o desespero e a incompetência da presidência da Câmara para com os anseios do povo. Esse mesmo desespero e incompetência, já demonstrados no vil factoide plantado pela RBS, não nos intimidará. Seguiremos em luta, de cabeça erguida!


Bloco de Luta pelo Transporte Público 13 de julho de 2013
 


Fonte: CPERS/Sindicato
            profemarli.comunidades.net 

sábado, 13 de julho de 2013

Depósitos judiciais para pagar precatórios


OAB pede que depósitos judiciais paguem precatórios

 


O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, enviou ofício à Advocacia-Geral da União pedindo, em caráter urgente, a edição de uma Medida Provisória que amplie o alcance das Leis 10.819/2003 e 11.429/2006, para permitir que parte dos depósitos judiciais administrados pelos tribunais de Justiça seja utilizada como alternativa ao pagamento dos precatórios, mediante um Fundo Garantidor de estados e municípios.

No ofício endereçado a Luís Inácio Adams, o presidente da OAB ressalta que as leis 10.819 e 11.429 permitiram que os depósitos judiciais fossem utilizados para pagamento de precatórios, mas a prática ficou restrita aos depósitos de natureza tributária feitos em processos que têm a Fazenda estadual ou municipal como parte. Para mudar esse quadro, o governo do estado do Rio de Janeiro editou, em 27 de junho, a Lei Complementar 147, permitindo a utilização de 25% dos depósitos judiciais administrados pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desde que seja instituído um Fundo Garantidor.

Isso deve permitir que o estoque de precatórios do governo fluminense seja quitado, aponta Marcus Vinícius, e a edição de uma MP alterando as Leis 10.819/2003 e 11.429/2006 facilitaria a adoção desse procedimento pelos demais governos estaduais e municipais, criando “fontes alternativas de recursos extra orçamentários para pagamento de precatórios, sem onerar a União”.

Clique aqui para ler o ofício.

Gabriel Mandel é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 11 de julho de 2013

Fonte: profemarli.comunidades.net


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Educação lidera consulta da ONU sobre prioridades para o mundo pós 2015

A população ainda poder participar do levantamento, pela internet. As sugestões serão compartilhadas por líderes mundiais.


A Organização das Nações Unidas (ONU) está fazendo consultas em todo o Brasil para saber quais são as principais mudanças necessárias para melhorar o País e o mundo. A educação aparece como prioridade em todos os segmentos consultados até agora. 



Entre as sugestões apresentadas para melhorar a qualidade do ensino no Brasil está a fiscalização orçamentária; a valorização da educação básica; capacitação de professores, aliada ao aumento de salário e redução de carga horária; escola de período integral e gratuita para todos; campanhas de incentivo à leitura; preservação da diversidade linguística e de identidades culturais no currículo escolar; implementação de ações de segurança e defesa civil nas escolas; e fortalecimento da gestão participativa, entre outras medidas.



As pesquisas foram feitas durante encontros regionais em todo o País. Mas ainda há tempo participar, já que a ONU também está ouvindo as pessoas por meio da internet. Na pesquisa online, de 16 assuntos sugeridos, cada pessoa pode escolher seis prioridades.



De acordo com a consulta, além da melhoria no ensino, os brasileiros querem governo honesto e atuante, melhoria dos serviços de saúde, acesso a alimentos de qualidade, proteção contra o crime e a violência, além do acesso à água potável e ao saneamento.





Pela internet, o Brasil é o segundo no ranking de participação na pesquisa, com quase 12 mil votos. O primeiro lugar está com a Nigéria, onde quase 150 mil pessoas deram sua opinião até agora. No levantamento global, a educação também aparece como prioridade.



Segundo a ONU, todas as sugestões serão compartilhadas com os líderes mundiais que definirão a agenda de desenvolvimento global pós-2015, que por sua vez ampliará os resultados dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e enfrentará as desigualdades que ainda persistirem e os novos desafios que afetam o planeta.

Secom / CPP
Fonte: Portal Terra

Professores de Alagoas receberão o piso

A Secretaria de Educação de Alagoas afirmou na segunda-feira 8 que o Estado começará a pagar o piso nacional para os professores do Estado na próxima folha.

Segundo o secretário Adriano Soares, o retroativo de fevereiro a junho será pago em duas parcelas - em julho e agosto.


"Estamos cumprindo a lei, é certo. Mas estamos cumprindo o que muitos Estados não estão fazendo, como é o caso do Rio Grande do Sul", diz Soares.

"O governo do Estado vem fazendo um esforço para beneficiar todas as categorias, com os professores que recebem o piso nacional não seria diferente", declarou Soares.


Segundo a Secretaria, com a implantação do piso, o salário inicial do professor no Estado, com apenas o magistério e 40 horas semanais, passa a ser de R$ 1.567.

Fonte:Terra/Site CPERS/Sindicato

Por que o Brasil está em greve?

Por que o Brasil está em greve? – Por Juremir Machado da Silva

 




O Brasil está em greve porque os nossos políticos continuam surdos aos gritos das ruas. A afirmação é simplória, mas certas verdades são tão claras que se tornam simplórias. O Brasil está em greve porque muitos políticos são canalhas, aproveitadores, malandros e falsamente surdos. Ouvem, mas não respondem. A prova disso é a reação dos senadores que decidiram manter a estupidez dos parentes suplentes alegando que não viram cartaz algum nas ruas pedindo o fim dessa idiotice oportunista.

O Brasil está em greve porque o presidente do Senado e o presidente da Câmara dos Deputados são duas raposas que há muito deveriam ter sido expulsas da esfera pública. O Brasil está em greve porque o presidente do STF, último herói moralizador nacional, frequenta o camarote de uma estrela de televisão, que retribui com emprego para o filho do magistrado, o qual, muito agradecido, grava vídeo de feliz aniversário para o pai anônimo da estrela. Esse presidente tem sido cantado em prosa e versa não por combater a corrupção, mas por combater a corrupção do PT, o que deixa felizes os antipetistas, com toda razão, sendo que a corrupção dos não petistas não lhes choca da mesma maneira. O mesmo vale para os petistas que combatem a corrupção dos outros, mas não se chocam com a própria.

O Brasil está em greve por não suportar mais esse tipo de moralismo seletivo.

O Brasil está em greve porque lê mal ou pouco, ou nada, admira mal, confunde admiração com idolatria, esquece rapidamente o que condenou e tem conservadores tão conservadores que não conseguem ser conservadores à moda europeia, confundindo-se com a extrema-direita europeia, aquele pessoal que ainda pensa em termos de egoísmo selvagem do século XIX.

É risível que pessoas confundam críticas aos excessos do capitalismo com apologia ao comunismo. Sempre tem um idiota que salta na cadeira e dispara como se fosse um gênio:

– Então vai para Cuba.


Isso é coisa de anta e de quem admira anta. Só atrasado quer ir para Cuba. Só muito atrasado acha que a solução para um país decente é abandonar as pessoas ao salve-se quem puder da ausência total de Estado ou da lei do mais forte com direito a bônus por exploração dos outros. O Brasil está em greve porque ainda não conseguiu corrigir a montanha de erros do passado nem convencer muitos dos seus políticos de que seus hábitos são nocivos, nefastos, hediondos, imorais e, muitas vezes, ilegais.

Sim, o Brasil poderia ter uma constituinte exclusiva. Sim, o Brasil, pode fazer uma consultar popular valendo para a eleição 2014. Isso só não sairá porque os políticos acham que o pior já passou. As ruas precisam rugir sem parar até que eles entendam, até que eles se dobrem, até que eles peçam perdão e capitulem. Enquanto eles não transformarem o Brasil num Egito, não sossegarão. Enquanto o colunista tido por mais lido de um Estado for uma anta que defende a implosão do melhor do nosso patrimônio histórico, continuaremos no atraso e necessitando de greves. Enquanto o fator previdenciário continuar sugando aposentados, precisaremos interromper estradas com manifestações ruidosas.

O Brasil está em greve porque ainda continuamos na pré-história do humanismo social, da democracia social, da visão social de trabalho, produção, lucro e interação. O Brasil está em greve porque, mesmo quando a “esquerda”, quase esquerda, meia esquerda, chega ao poder, o que só aconteceu três vezes, precisa entregar os dedos para não perder as mãos e poder tentar alguma coisa muito pequena.

O PT, para chegar ao poder, fez o jogo dos seus adversários históricos achando que ia enganá-los. Depois de devidamente informados, os aliados abriram fogo. O PT caiu na armadilha. Quis bancar a raposa no meio dos lobos. Sucumbiu. A luta que se trava hoje é entre os que desejam piorar ainda mais a situação, os que pretendem mantê-la como está e os idealistas que sonham com algo melhor.

O Brasil está em greve porque continua acreditando que moderno é ter ônibus, não bondes e metrô, e shopping centers, não mercados públicos pulsando de vida, cores, cheiros e humores.




O Brasil está em greve, de certo modo, em certa medida, porque a sua revista mais lida é a Veja, uma publicação neoconservadora de quinta categoria, que destila como verdade a sua ideologia melancólica, abusiva, jamais sustentada, simplesmente cuspida como uma filosofia.

Eu só sou agressivo contra ideias contrárias que são agressivas contra ideias contrárias.

Daí o tom deste texto.

De resto, viva a diferença!

Juremir Machado da Silva é jornalista e escritor/Foto: Trespassos News


Fonte: Trespassos News

quarta-feira, 3 de julho de 2013

CPERS: categoria discute a realização de greve no início do semestre

03/07/2013 17:09
Os educadores da rede estadual poderão não reiniciar as aulas no segundo semestre. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira 3, em coletiva de imprensa, na sede do CPERS/Sindicato, em Porto Alegre. A intenção é forçar o governo a negociar a pauta de reivindicações da categoria e cumprir as promessas de campanha.

O assunto será debatido em assembleias regionais que deverão acontecer no próximo dia 11, mesmo dia da greve geral, e decidido em Assembleia Geral da categoria, marcada para o próximo dia 12, às 13h30, no auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre.

A posição favorável à paralisação foi uma das deliberações do VIII Congresso Estadual do CPERS/Sindicato, ocorrido nos dias 28, 29 e 30 de junho, em Bento Gonçalves. O encontro debateu, entre outros temas, as condições de trabalho e o descumprimento de promessas pelo governo.

Além das péssimas condições de trabalho a que estão submetidos os educadores e os alunos, o governo se nega a cumprir a lei do piso e a criar, conforme promessa do hoje governador, um piso para os funcionários de escola.

GREVE GERAL
Durante a coletiva, a direção do sindicato reafirmou a participação da categoria na greve geral do próximo dia 11 e nas demais manifestações organizadas pela juventude e pelos trabalhadores.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
http://www.cpers.org.br/index.php?&menu=1&cd_noticia=3543

.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Concentração na 21ª CRE pede pagamento do piso do magistério, em Três Passos

No final da tarde desta segunda-feira, 1, centenas de manifestantes se concentraram em frente à 21ª Coordenadoria Regional de Educação – 21ª CRE, em Três Passos. Eles entregaram uma carta aberta elaborada por vários segmentos do município com várias reivindicações, entre elas, o pagamento do piso nacional aos professores que, no Estado, vem sendo descumprido pelo governo estadual.



Trespassos News/Foto: Trespassos News