segunda-feira, 23 de julho de 2012

TV Record revela negócios suspeitos do presidente do Ibope

Carlos Augusto Montenegro teria enriquecido com um serviço que deveria ser público
23.07.12
Uma reportagem exclusiva do “Domingo Espetacular”, veiculada na noite deste domingo, apresentou denúncia sobre o enriquecimento e vazamento de informações privadas que recaem sobre Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, instituição com grande influência na política brasileira por meio das pesquisas eleitorais. Ele supostamente teria ficado bilionário comandando negócios suspeitos e com envio de dinheiro para paraísos fiscais.

Montenegro seria um dos homens mais ricos do Brasil. Ele é proprietário do  instituto que mede a audiência na TV e faz pesquisas eleitorais. De acordo com a denúncia, o empresário faturou bilhões, entre 2005 e 2010, ao operar um serviço que deveria ser público. Trata-se da administração do Gravame, que é a alienação fiduciária incluída como taxa nas operações de financiamento dos veículos automotores comercializados no país. O Gravame funciona como restrição que o Detran de um estado coloca no registro do automóvel para impedir que ele seja transferido de proprietário antes da quitação do financiamento. A operação renderia ao administrador cerca de R$ 180 milhões ao ano.

Em 2010, Montenegro teria repassado a administração do Gravame para uma empresa financeira. O esquema teria atingido a quantia de R$ 2 bilhões. Os negócios se estenderiam também ao comércio ilegal no centro de São Paulo. A reportagem flagrou transações, nas quais a mercadoria à venda são CDs contendo dados pessoais de brasileiros, que deveriam ser mantidos em segredo. As informações podem render milhões no mercado negro. São nomes, CPFs, endereços e números de telefone, supostamente extraídos de bancos de dados do Registro Nacional de Veículos Automotores. No início de 2011, o Ministério das Cidades e o Departamento Nacional de Trânsito começaram a investigar o vazamento das informações. A investigação confirmou que foram realizados acessos indevidos à base de dados do sistema de registro nacional de veículos automotores.
Fonte: Correio do Povo
Por Siden

 

José Serra é o mais novo alvo da CPMI do Cachoeira
Najla Passos - Carta Maior - 23/07/12 | 15:59
O candidato pelo PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, é o mais novo alvo das investigações da CPMI do Cachoeira. Candidato à presidência da república em 2010, ele recebeu uma doação milionária de Ana Maria Baeta Valadares Gontijo, esposa de José Celso Gontijo, acusado de participar do esquema criminoso do contraventor.

Gontijo é aquele empreiteiro flagrado em vídeo, em 2009, pagando propina para o chamado “mensalão do DEM”, durante o governo do também tucano José Arruda no Distrito Federal. E, nas conversas interceptadas pela Polícia Federal entre membros da quadrilha de Cachoeira, é apontado como o responsável pela entrada da Construtora Delta no Distrito Federal.

A doação de Ana Maria chamou a atenção da Receita Federal pelo valor recorde: R$ 8,2 milhões. Como a legislação eleitoral só permite que uma pessoa física doe 10% dos seus rendimentos anuais, ela precisaria ter recebido R$ 7 milhões por mês durante 2009. Algo, no mínimo, incomum. Na semana passada, os membros da CPMI já aprovaram a convocação de Gontijo e a do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish. E também a de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-captador de recursos da campanha de José Serra.

O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), membro da CPMI, acha provável que as investigações sobre o esquema de Cachoeira cheguem ao PSDB nacional. E, segundo ele, nem por mera vontade ou mesmo mérito da CPMI. “Agora surgiu esta possível conexão com o Paulo Petro. E os documentos apareceram sem que nós os tivéssemos buscado”, afirma, se referindo à doação que surpreendeu à Receita.

Foi Paulo Preto quem assinou a maior parte dos contratos do governo de São Paulo com a Delta, durante as gestões de Geraldo Alkmin e Serra, que totalizam quase R$ 1 bilhão.

Tucanos na berlinda
José Serra não é o único tucano na berlinda. Situação ainda mais incômoda é a do governador de Goiás, Marconi Perillo. Ele não conseguir explicar à CPMI porque Cachoeira foi preso na mansão que vendera poucos meses antes e não convenceu os parlamentares de que sua campanha não foi financiada com o caixa 2 de empresas ligadas à quadrilha.

Agora, para agravar a situação, é acusado de receber propina para liberar pagamentos devidos pelo governo à Delta, construtora ligada à organização criminosa. Conforme as denúncias, o dinheiro teria sido liberado via a venda da sua casa à Cachoeira. “A situação do Perillo está realmente complicada”, avalia Rosinha.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) já pediu a reconvocação do governador para depor. No requerimento, ele alega que a venda da casa teria sido feita com sobrepreço de R$ 500, em troca do pagamento de uma dívida de R$ 8,5 milhões do governo com a empreiteira. Em coletiva, na tarde desta quarta (18), o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse que o assunto só será definido em meados de agosto, após o recesso parlamentar. E rebateu as críticas do PSDB de que a convocação atendia a interesses eleitoreiros.

Outro tucano sob a mira da CPMI é o deputado Carlos Leréia (GO), flagrado em ligações comprometedoras com a quadrilha. A corregedoria já recomendou a abertura de processo contra ele por quebra de decoro parlamentar. Segundo o relator da representação, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), há indícios de uma relação muito próxima entre Leréia e Cachoeira, que estava tentando exercer influência no governo de Goiás por meio do deputado.
Com informações da Carta Maior
http://sul21.com.br/jornal/2012/07/jose-serra-e-o-mais-novo-alvo-da-cpmi-do-cachoeira/
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