domingo, 1 de julho de 2012

A falaciosa “queda drástica” das taxas de juros

 Hoje(26/6), o Banco Central divulgou Nota para a Imprensa sobre as taxas de juros médias dos empréstimos bancários. No quadro 41 da tabela, verifica-se que a taxa média cobrada de pessoas físicas foi de 38,8% ao ano em maio, taxa esta equivalente a mais que o quádruplo da “Taxa Selic”, e bastante próxima à taxa observada em dezembro de 2010, de 40,6% ao ano. No caso da taxa cobrada de empresas, ela “caiu” de 27,9% ao ano (em dez/2010) para 25% em maio de 2012.

Segundo os dados do próprio Banco Central, o chamado “spread” bancário (ou seja, a diferença entre as taxas cobradas pelos bancos e as taxas pagas por estes na captação de recursos) subiu no período, de 23,5% para 24,7% ao ano, ou seja, ambas são estratosféricas!

A queda da taxa de juros“Selic” também não tem significado a redução no custo da dívida pública: dado divulgado ontem pelo Tesouro Nacional (planilha 4.1) mostra que o custo da dívida interna federal subiu para 12,16% ao ano em maio, valor este bem maior que a Taxa “Selic” (8,5% ao ano) e ainda maior que o observado no início do ano (11,56%). Conforme mostra a planilha 2.5, apenas 27,02% da Dívida Interna sob responsabilidade do Tesouro Nacional estava indexada a Taxa flutuante (“Selic”). E segundo a planilha 1.2, apenas 4,6% dos títulos da dívida emitidos em 2012 foram indexados à Taxa Selic.

Tais dados provam o que temos denunciado: justamente quando a Selic cai, o Tesouro passa a vender títulos da dívida a taxas superiores à Selic.

Em suma: ganhando altíssimas taxas de juros com a dívida pública, os bancos não se interessam em baixar efetivamente as taxas de juros para pessoas e empresas.
 
fonte: Portal 15º Núcleo CPERS/Sindicato

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