25/07/2012
Na última quinta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou a Lei 12.688, que prevê o abatimento de 90% de dívidas tributárias federais de Instituições do Ensino Superior particulares. Elas trocariam os débitos por bolsas integrais do Prouni (Programa Universidade para Todos). Os outros 10% deverão ser pagos pela entidade. A medida dá um prazo de 15 anos para o pagamento sem estabelecer um plano para isso, o que já é um problema.
A falta de metas pré-estabelecidas abre o precedente para que
cada universidade pague a dívida como bem entende. Ou seja, a lei não
fixa quantas bolsas devem ser dadas por ano, ou quanto deve ser pago por
ano para se chegar aos 10%.
Na prática, isso significa que de imediato não haja um grande
aumento de bolsas do Prouni como se divulga. O governo estima que sejam
cerca de 560 mil bolsas ao longo dos 15 anos, mas a universidade é que
escolhe como distribuí-las. Então, ela pode, por exemplo, dar só 10
bolsas em 2013 e arrastar o benefício para frente.
Sem que exista uma meta (um plano) também fica mais difícil
fiscalizar o cumprimento real da medida, já que cada universidade se
torna um caso diferente.
Além disso, as instituições têm um ano de carência. Com isso, a
medida só começa a valer a partir de julho de 2013. O mesmo vale para os
10%. O Governo já deu a certidão de débito para essas IES poderem se
inscrever em programas como o próprio Prouni. Mas, elas têm o prazo de
um ano para começar a pagar tudo.
Estão inclusas nessa medida universidades com dívidas
apresentadas até o dia 31 de maio, e dívida vencida, com o valor de pelo
menos R$ 1.500 por aluno.
Medida Provisória
A ideia de trocar as dívidas das universidades já existe há algum
tempo, mas há três meses foi aceita a solução sugerida pelo deputado
Jerônimo Goergen (PP-RS) de incluí-la no corpo da MP 559/12.
A inclusão da medida do ProIES na MP não segue os requisitos de
relevância e urgência exigidos pela Constituição Federal. Além de não
ter início imediato, se ela fosse mesmo importante não seria apenas um
parágrafo em meio a uma medida que trata temas variados, como questões
de uma antiga subsidiária da Centrais Elétricas de Goiás e do PAC
(Programa de Aceleração de Crescimento).
As grandes beneficiárias da lei são as universidades do Rio Grande do Sul, como a Ulbra, com dívida R$ 2,5 bilhões.
A medida comprova, mais uma vez, como os empresários da educação
têm boas relações e influência com o Governo. É um presente de pai para
filho.
Fonte: FEPESP
Comentário:
Só não existe
dinheiro para pagar o Piso Nacional aos professores.
Mais uma vez fica
comprovado que o pagamento do Piso
Nacional aos educadores, não ocorre por falta dinheiro. Talvez, o que falte é
vontade política e vergonha...
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