Entre os graduados, professor é o profissional mais mal pago
Os
dados da Rais revelam uma situação problemática no campo da educação.
De todas as profissões que exigem formação universitária, são os
professores os que recebem os menores salários em São Paulo.
Quando
consideradas apenas as ocupações com mais de 20 mil registros
profissionais, o menor salário de nível superior é o dos professores de
ensino fundamental – 53 mil pessoas que exerciam esse ofício em 2012
receberam, em média, R$ 2,2 mil mensais. É menos do que ganham os
supervisores de telemarketing (R$ 2,6 mil), agentes penitenciários (R$
3.3 mil) e ferramenteiros (R$ 3,4 mil).
O
cenário é ainda pior quando se analisa quem ensina certas disciplinas
específicas. Um professor de matemática aplicada no ensino superior, por
exemplo, ganhava em média R$ 1,8 mil no ano passado por mês. Quem dava
aulas na educação infantil com um diploma universitário recebia R$ 1,7
mil. E um professor de filosofia no ensino médio ganhava apenas R$ 1,5
mil mensais.
Valorização do professor?
Estudos já mostraram que o salário médio dos professores no País são 40% menores do que os profissionais com a mesma titulação de ensino superior. Com base nos dados da Rais em São Paulo, é possível perceber que um professor de ensino fundamental recebe 71% menos do um engenheiro civil, no topo da lista.
Estudos já mostraram que o salário médio dos professores no País são 40% menores do que os profissionais com a mesma titulação de ensino superior. Com base nos dados da Rais em São Paulo, é possível perceber que um professor de ensino fundamental recebe 71% menos do um engenheiro civil, no topo da lista.
Especialistas
em educação apontam que qualquer melhora da educação passa pela
rediscussão da carreira do professor. Uma das metas do Plano Nacional de
Educação (PNE) é valorizar os profissionais do magistério das redes
públicas da Educação Básica, a fim de equiparar o rendimento médio dos
demais profissionais com escolaridade equivalente.
`É
uma vergonha que o Estado mais rico do País apareça com esse índice
salarial`, diz o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores
em educação (CNTE), Roberto Leão. Ele lembra que já há uma grande
dificuldade de atrair gente para virar professor. `É uma profissão que
não atrai ninguém e hoje o problema atinge todas as áreas e
disciplinas`, diz ele.
Escola de qualidade.
Em
2012, existiam 2,1 milhões de docentes de educação básica. O número de
interessados em ser professor está caindo a cada ano, o que torna mais
difícil suprir as demandas.
De
2006 a 2011, o número de alunos que entraram em Licenciatura e
Pedagogia caiu 7,5%. Em 2011, último ano em que os dados estão
disponíveis, foi registrado o menor volume de pessoas que ingressaram
nesses cursos desde 2004. Foram 662 mil matriculados em cursos
presenciais e na modalidade a distância em todo País.
Apesar
de a maioria dos professores estar na rede pública, que centraliza a
maior parte das matrículas, a média salarial registrada no Rais também
computa as redes particulares. `A classe média brasileira precisa
compreender que a escola pública brasileira é dela, devia se somar para
cobrar uma escola de qualidade`, completa Leão.
Paulo Saldaña e Rodrigo Burgarelli - O Estado de São Paulo - 20/11/2013 - São Paulo, SP
Paulo Saldaña e Rodrigo Burgarelli - O Estado de São Paulo - 20/11/2013 - São Paulo, SP
Fonte: profemarli.comunidades.net
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