22 de maio de 2012
O Plenário da Câmara aprovou na noite desta terça-feira, em segundo turno, a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a expropriação de imóveis
rurais e urbanos onde a fiscalização encontrar exploração de trabalho escravo e
os destina à reforma agrária e a programas de habitação popular. A proposta,
conhecida como PEC do Trabalho Escravo, é oriunda do Senado e, como foi
modificada na Câmara, volta para exame dos senadores. As informações são da Agência
Câmara.
A proposta passou com 360 votos a favor, 29 contra e 25 abstenções. Ela
precisava de 308 votos para ser aprovada. A votação só foi possível depois de
um acordo dos líderes. Durante a discussão, diversos deputados afirmaram que o
Congresso precisa agora aprovar uma lei regulamentando o assunto, definindo o
que é condição análoga a trabalho escravo e os trâmites legais da expropriação.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT), disse que as duas Casas do
Congresso vão formar um grupo de trabalho para redigir o projeto de lei de
regulamentação. A criação da comissão é fruto de um acordo fechado há duas
semanas entre Maia e a presidente interina do Senado, Marta Suplicy (PT), que
garantiu a votação.
A PEC do Trabalho Escravo foi aprovada em primeiro turno pela Câmara em
agosto de 2004, como uma resposta ao assassinato de três auditores do trabalho
e de um motorista do Ministério do Trabalho, em Unaí (MG), em 28 de janeiro
daquele ano. Os quatro foram mortos depois de fazerem uma fiscalização de
rotina em fazendas da região, onde haviam aplicado multas trabalhistas. O
processo criminal ainda corre na Justiça e nove pessoas foram indicadas pelos
homicídios, incluindo fazendeiros.
O crime, que ficou conhecido como a chacina da Unaí, também motivou o
Congresso a aprovar um projeto que transformou a data de 28 de janeiro em
"Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo". A proposta foi
sancionada e virou a Lei 12.064/09.
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