O
Legislativo encerrou o ano sem avançar em projetos considerados
fundamentais para o país. Para alguns parlamentares, a culpa foi do
período eleitoral, que esvaziou o Congresso. Para outros, o insucesso de
algumas matérias passa longe das eleições: tem a ver com a falta de
consenso e de empenho do governo para garantir as votações.
A relação de propostas legislativas importantes
paradas é grande. Projetos que tratam de reforma política e
tributária foram os mais citados entre os parlamentares ouvidos pela Agência Brasil.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), a não
votação do Fundo de Participação dos Estados (FPE) tornou-se um
problema. Em 2010, o STF julgou inconstitucional a regra de partilha do
FPE entre os estados e determinou ao Congresso que aprovasse outra até
31 de dezembro de 2012. “Foi o maior mico do Congresso não cumprir o prazo determinado pelo Supremo Tribunal Federal”, criticou
O FPE é uma parcela das receitas federais repassada
aos estados. Cabe à Secretaria do Tesouro Nacional efetuar as
transferências, calculada pelo Tribunal de Contas da União com base na
população apontada pelo IBGE. O fundo é formado por 21,5% de tudo o que
o governo federal arrecada com o Imposto de Renda e com o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI).
“Continuamos com o sistema em que o Congresso repercute a pauta do Executivo. Não constrói uma pauta própria e fica como votador de medida provisória”, disse Randolfe.
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), destacou
que, desde o Plano Real, não houve nenhuma reforma estrutural no país.
“Não avançamos, mas o governo não tem do que se queixar, porque aprovou
tudo que quis. Todos os projetos e medidas provisórias de interesse
passaram”.
Segundo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga
(PMDB-AM), apesar de serem temas importantes, a falta consenso trava
essas votações. “Eu aprendi uma coisa quando fui governador e prefeito.
Matérias polêmicas, você tem que resolver no primeiro ano de governo, se
não, fica difícil. Mesmo havendo decisão política, como foi no caso dos
royalties, não é da noite para o dia que a coisa se resolve, a briga continua”, ponderou.
Na avaliação de Braga, no caso da reforma política,
em pelo menos três pontos - o fim das coligações proporcionais, o
financiamento público de campanha e a unificação das eleições - poderia
haver entendimento. “O problema é quando você fala em fim das coligações
partidárias, por exemplo, os partidos pequenos se rebelam. Eles talvez
não tenham voto para derrubar, mas têm voto para atrapalhar”, explicou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia
(PT-RS), lamentou a falta de acordo para a votação do projeto que trata
do fim do fator previdenciário. “Já votamos isso há três ou quatro anos
atrás, mas depois foi vetado porque não foi construído o entendimento. A
idéia agora não é apenas votar por votar. É votar uma matéria acordada,
negociada e que possa se transformar efetivamente em realidade”, disse.
Também não avançaram outros projetos de lei
considerados importantes ou polêmicos, entre eles, os que tratam da Lei
Anticorrupção, com punições às empresas favorecidas por desvios de
recursos públicos; dos royalties do minério, com revisão da
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem); da
renegociação da dívida dos estados com a União; do Marco Civil da
Internet; e do que criminaliza a homofobia no país.
|
Fonte: Rádio Fandango |
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Deputados e Senadores encerram 2012 sem votar projetos importantes para o País
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário