Após casar com Andressa Mendonça, contraventor curte praia no litoral baiano
Condenado a quase 40 anos de prisão por corrupção, formação de
quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros crimes, o contraventor
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira,
está descansando numa praia paradisíaca do litoral baiano, "por
recomendações médicas" e "autorizado pela Justiça", informou nesta
segunda-feira seu advogado, Nabor Bulhões.
Cachoeira, que recorreu da condenação, segundo o advogado, tem
permissão para transitar dentro do território nacional, bastando que
comunique o deslocamento à Justiça, o que ele fez.
— Ele está se tratando do quadro depressivo agudo que o acometeu após a longa internação de nove meses (no presídio da Papuda, em Brasília)
longe do convívio familiar — disse Nabor, lembrando que a "comida
péssima", num "local horroroso", agravou o estado de saúde do cliente.
— Não à toa, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que
preferia morrer a ficar num presídio medieval do Brasil. Por causa da
condição insalubre, ele ficou desidratado e desenvolveu transtorno
bipolar, além de problemas cardiológicos — lembrou.
Nabor relatou que, dias depois de ser solto, em dezembro, Cachoeira, teve uma crise aguda de saúde, precisando ser internado.
— No boletim, os médicos diagnosticaram quadro depressivo e
debilidade física em razão da má alimentação, reclusão prolongada e
privação do convívio familiar na prisão. Isso desencadeou um quadro de
disfunção biofisiológica e psicológica. Os médicos, inclusive,
recomendaram mais tempo de recuperação no hospital, mas ele preferiu
voltar para casa — relatou o advogado.
Solto por habeas-corpus para que possa recorrer em liberdade,
Cachoeira casou-se no fim de ano com Andressa Mendonça e viajou em
lua-de-mel para um resort de luxo na praia de Maraú, no litoral baiano.
Segundo o advogado, Cachoeira não violou qualquer norma.
— Por ocasião do casamento, os médicos recomendaram que ele buscasse
um local tranquilo, preferencialmente uma praia isolada, para se
recuperar do terrível suplício na prisão. Ele buscou um local afastado,
mas a imprensa o perseguiu. Ele foi descoberto e perdeu a privacidade.
Sua vida virou um inferno — explicou.
Enquanto a condenação de Cachoeira não tiver concluída o trânsito em
julgado, ele está proibido de viajar para o exterior — inclusive
recolheu o passaporte — mas pode viajar para qualquer parte do
território nacional. Basta para isso que faça uma declaração em cartório
— citando o local para onde viajará e o tempo de ausência - e a
entregue ao juizado da comarca de Goiânia, onde foi condenado.
Sobre o aparente bem-estar exibido nas fotos em que Cachoeira aparece
de pele bronzeada, vendendo saúde e com ar jovial ao lado da jovem
mulher, Nabor tem uma explicação:
— Ele está em plena recuperação do trauma, ao lado da mulher e no
convívio familiar. Agora o quadro é outro bem diferente daquele de
depressão na prisão.
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