O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
(Andes-SN) anunciou neste domingo o fim da greve dos professores
deflagrada em 17 de maio. Na próxima segunda, a paralisação - que já é a
maior da história da categoria - completaria quatro meses.
Em nota, o Comando Nacional de Greve do Andes-SN afirma que decidiu pela
"suspensão unificada da greve nacional dos docentes" após "criteriosa
avaliação do quadro das assembleias gerais". A suspensão será comunicada
às instituições entre segunda e sexta-feira. Apesar do fim da greve, o
sindicato afirma que seguirá atuando "na defesa da reestruturação da
carreira e na luta pela valorização e melhoria das condições de
trabalho.
O movimento grevista chegou a atingir 57 das 59 universidades
federais do Brasil. A principal reivindicação dos docentes era a
reestruturação do plano de carreira, cuja negociação estava prevista
para ocorrer até o final de março, além de melhoras na infraestrutura
das instituições.
Durante as negociações, o governo federal apresentou duas propostas:
uma em 13 de julho e outra no dia 24 do mesmo mês. A última prevê um
reajuste nos próximos três anos, além dos 4% previstos pela Medida
Provisória nº 568/12. A reestruturação da carreira passa pela redução de
17 para 13 níveis.
O Andes-SN rejeitou a proposta, afirmando que as alterações nos
percentuais de aumento apresentadas pelo Ministério do Planejamento
"foram dirigidas às situações que demonstravam maior perda de valor real
até 2015", mas que, mesmo assim, "a maioria dos docentes terá valor
real reduzido nos seus salários". O sindicato também alegou que questões
consideradas importantes pelos docentes, tais como a estruturação e a
progressão de carreira; a gratificação por projetos institucionais e
atividade de preceptoria; e os critérios para promoção de professores
foram jogadas para frente, ficando sob a dependência da criação de
grupos de trabalho. O Andes chegou a pedir a reabertura das negociações e
a protocolar uma contraproposta, na qual abria mão do aumento para
priorizar a reestruturação da carreira, mas não foi atendido.
A proposta do governo foi assinada pela Federação de Sindicatos de
Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) no
começo de agosto, mas não acabou com a paralisação da categoria. No
entanto, desde então o movimento começou a perder força, com
instituições retomando as atividades a cada semana.
O governo encaminhou a Lei Orçamentária Anual (LOA) ao Congresso
Nacional em 31 de agosto. Após o envio, o Congresso rejeita a inclusão
de novos valores para questões salariais.
Fonte: Portal Terra
Comentário
Quase quatro meses de Greve.
Mais vez ficou demonstrado que a valorização da educação continua apenas no discurso...
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