A
Comissão de Educação da Assembléia Legislativa presidida pela deputada
Juliana Brizola realizou audiência pública, nesta terça-feira, na sala
João Neves da Fontoura (Plenarinho), para debater o calendário escolar
de 2014, tendo em vista as adequações ao artigo 64 da Lei Geral da Copa,
que determina que as férias escolares decorrentes do encerramento das
atividades letivas do primeiro semestre do ano abranjam todo o período
entre abertura e encerramento da Copa do Mundo de Futebol, que será de
12 de junho a 13 de julho de 2014.
Na audiência, foi encaminhado um grupo de trabalho
para propor uma adequação do calendário escolar que não suspenda as
aulas durante um mês inteiro. Entidades, Secretaria de Educação e
Parlamento convergem sobre necessidade de se manter as aulas
O encontro foi presidido pelo deputado Jurandir
Maciel, que, logo na abertura dos trabalhos, pediu união das entidades
presentes para propor alteração na lei da Copa. “Aqui se encontram
várias entidades para discutir o melhor para a sociedade na área de
Educação. Precisamos nos unir. Na África do Sul quando teve a Copa, e eu
estive lá acompanhando, os anfitirões entendiam que a Copa era
importante, mas que o evento esportivo não podia vir e passar sem deixar
um legado. Conheci pessoalmente, em Soweto, centros para inserção dos
jovens, tanto na área do esporte, como em processos de educação e
informática. Isso é, acima de tudo, defender o que a nação entende, sem
abrir mão da importância da Copa. Queremos que ela venha, mas que traga
benefícios para a população”, falou o deputado.
No mesmo sentido, representando a entidade
requerente da audiência pública (União Nacional de Dirigentes de
Educação, Undine), Liege Barbosa lembrou que a realização evento
esportivo no país não pode prejudicar o andamento das aulas. “A Copa do
Mundo perpassa a sala de aula nesse período. Mas, caso as aulas sejam
suspensas, e os alunos fiquem em casa, vamos perder a possibilidade de
ampliar o conhecimento sobre o mundo, utilizando o futebol para isso.
Poderíamos fazer atividades didáticas sobre o tema. Mas, se não houver
aula, será impossível”, falou.
A secretária-adjunta de Educação do RS, Maria
Eulália Nascimento, concordou com as falas que a sucederam e pediu
mobilização dos presentes para reverter o artigo 64 da Lei da Copa.
“Todo mundo sabe que é diferente o calendário escolar do Amazonas e do
Rio Grande do Sul. Temos que construir uma mobilização concreta para
rever essas datas. Não creio que se criou esta lei para amarrar o ensino
no Brasil. Entendemos o espírito da legislação. Tenho convicção de que
devemos encontrar uma forma de manter o calendário, adaptá-lo à Copa e
não prejudicar as crianças”, falou a secretária.
Robison Minuzzi, da Federação dos Círculos de Pais e
Mestres, destacou que as paralisações do calendário escolar seriam
necessárias somente em dias de jogos. “Aqui em Porto Alegre seriam
somente cinco jogos, não havendo a necessidade de se parar por um mês”,
finalizou.
Para o conselheiro estadual de Educação, Raul Gomes
de Oliveira Filho, existe um contra-senso na Lei Geral da Copa. Devemos
estar todos unidos alertando a sociedade gaúcha sobre o prejuízo aos
alunos que pode acontecer. Nãos somos contra a Copa, mas somos contra
quem quer impedir os alunos de estudar, afirmou.
Já Márcia Mainardi, representando a Federação dos
Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), lembrou que a sociedade não
foi chamada para debater as alterações na regularidade do ano letivo.
Encaminhamentos
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Fonte: Rádio Fandango |
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