ENTREVISTA
Secretário Estadual da Educação, Jose
Clovis de Azevedo acredita em um acordo político no Congresso que anule,
em fevereiro, após o retorno do recesso, o reajuste de 21% do
custo/aluno do Fundeb. Seria adotada uma fórmula alternativa, combinando
o INPC mais o crescimento do Fundeb, já apresentada pela Frente
Parlamentar em Defesa do Piso Nacional. A possibilidade de aceitar a
política de correção acima da inflação foi admitida pela primeira vez
por um membro do Piratini.
ZH — Apesar dos reajustes oferecidos pelo governo, haverá aumento na
diferença entre o que é pago aos professores e o que manda a lei. Como
avalia isso?
Jose Clovis - Acredito que, antes de pular para R$ 1,7 mil, vai haver
uma proposta alternativa. Poderá haver um acordo político mesmo durante o
recesso do Congresso. Somente a homologação ficaria para o retorno. Até
a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) já abriu
mão do reajuste pelo custo/aluno do Fundeb. O setor público não tem
condição de arcar com isso. Nenhum Estado ou município vai suportar mais
21%.
ZH — A proposta da Frente Parlamentar em Defesa do Piso é de somar o
INPC com o crescimento do Fundeb, o que geraria um reajuste de cerca de
9% em 2013. Isso é negociável diante da situação do Estado?
Jose Clovis - Não posso adiantar, isso passa pela questão política do
núcleo do governo e pelos cálculos da Fazenda. Mas é claro que estaremos
abertos para discutir. Há essa possibilidade da junção da inflação
(INPC) com o Fundeb. Mas há também a possibilidade de substituir o
Fundeb pelo crescimento do PIB. Seria um percentual mais conciliatório e
palatável.
ZH — Qual o tamanho do desgaste sofrido pelo governo ao se distanciar da promessa de campanha de pagar o piso?
Jose Clovis - O que o governador disse é que seriam criadas as condições
para pagar o piso. E nós continuamos lutando para criar essas
condições. E queremos fazer isso dentro do plano de carreira, e não com a
adoção de subsídio, como fizeram outros Estados.
Zero Hora/Trespassos News
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