"Campeão" no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com 737,15 pontos na
média geral, o Colégio Integrado Objetivo só seleciona alunos por meio
de entrevista com psicólogos. Diferentemente de boa parte das
instituições com boas notas no teste, a melhor escola do País, de acordo
com o ranking, não faz prova porque prioriza os alunos "superdotados",
como explica o fundador do Objetivo, João Carlos Di Genio.
"Os outros colégios fazem exame, nós não. Nós fazemos entrevista. Tem
muito bom aluno e inteligente, mas há aluno que tem capacidade para ser
superdotado, brilhante. Na entrevista com psicólogo, a gente pega se o
aluno está preparado, se tem potencial. Pelo desempenho, você percebe
(se é superdotado). Às vezes ele nem tem notas muitos boas, mas resolve
estudar", explica.
O fundador da rede explica que resolveu criar a turma de
"especiais" para "formar uma elite intelectual no País", mas reconhece
que o Colégio Integrado Objetivo também funciona como uma vitrine para
atrair estudantes comuns para as outras unidades da escola.
"O Brasil precisa valorizar esse tipo de aluno. Você precisa de uma
elite intelectual. Você precisa ter inovação senão não vamos evoluir. A
ideia é uma formar uma liderança intelectual. Cinco por cento da
população é superdotada. Você tem que ter uma escola que atenda essa
elite intelectual. Agora que o Brasil está acordando. Tanto o pobre
quanto o rico nascem com potencial. É que o rico desenvolve isso em
escolas particulares, o pobre não", argumenta.
Além de priorizar estudantes acima da média, o colégio também conta
com uma grade diferenciada em tempo integral. Os alunos que entram no
Colégio Integrado Objetivo estudam das 7h10 às 18h. De acordo com Di
Genio, foram os próprios estudantes que pediram mais tempo para se
dedicarem aos estudos.
"Começou em 2009, com alunos que participavam de olimpíadas
internacionais de matemática, astronomia e física. Eles ficavam aqui
para estudar na parte da tarde. Primeiro pediram restaurante e, no
final, eles mesmo falaram: 'monta um colégio de tempo integral'. A
tendência é passar tudo (escolas do Objetivo) para tempo integral",
conta.
Na parte da tarde, no entanto, os adolescentes estudam matérias
diferentes, como robótica e astronomia. A medida, no entanto, é mais
para agradar os "superdotados", como revela o fundador do Objetivo.
Segundo ele, se a escola não oferecer outras disciplinas, eles ficam
"insatisfeitos". "Se você não satisfaz o interesse desse tipo de aluno,
eles desistem. Eles gostam de astronomia, são alunos brilhantes. São
alunos que requerem acompanhamento de psicólogos porque quando dão
problema, são muito críticos. Eles podem começar usar a inteligência
para o lado ruim", diz.
Apesar disso, João Carlos Di Genio nega que a escola priorize
disciplinas como matemática, física ou química. Questionado sobre o
porquê da escola não ter alcançado o mesmo desempenho na prova de
redação, o fundador responde que a avaliação da parte de textos ainda é
"subjetiva". "A nota do primeiro e do 30º é quase a mesma coisa. Redação
é sempre uma coisa subjetiva. De tempo em tempo estão mudando os
critérios (de avaliação)", afirma.
Enem 2011
O desempenho das escolas na edição de 2011 do Enem foi divulgado
nesta quinta-feira e pode ser consultado no site do MEC. Segundo o
levantamento, das pouco mais de 10 mil escolas analisadas, 47,62% eram
privadas. A maior dos estudantes que prestaram o exame (83,86%) tem
renda familiar per capita entre um e cinco salários mínimos (de R$
622,00 a R$ 3,1 mil).
De acordo com o MEC, a média das escolas privadas ficou em 596,2
pontos. Já as escolas da rede pública alcançaram 474,2 pontos. Entre as
100 primeiras colocadas no levantamento, apenas dez são públicas.
Fonte: Portal Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário