quinta-feira, 6 de junho de 2013

Rio Grande do Sul tem pelo menos seis mulheres assassinadas em oito dias

Pelo menos seis mulheres foram mortas no Rio Grande do Sul nos últimos oito dias. Os dados se juntam às estatísticas da Secretaria da Segurança Pública, que contabilizou 42 mulheres assassinadas entre janeiro e maio no Estado, mais da metade pelo próprio parceiro. Em igual período do ano passado, o número foi de 45 vítimas.

O episódio mais recente se tornou público nesta terça-feira, em Capão da Canoa, no Litoral Norte. A bacharel em direito Silvia Rosane Santos de Miranda, 39 anos, foi encontrada morta em casa, na segunda-feira. Conforme a titular da Delegacia de Polícia do município, Walquíria Meder, o corpo estava caído no quarto, com marcas de tiro de pistola. A polícia suspeita de crime passional.

Coordenadora do Coletivo Feminino Plural, Telia Negrão chama atenção para os índices. Segundo a especialista, eles refletem uma deficiência das políticas públicas, que não conseguem garantir às mulheres uma rede que as protejam após o registro da ocorrência. Para Telia, os mecanismos também precisam estar integrados, e o assunto tem de ser tratado em diferentes esferas, por meio de campanhas, escolas e famílias, por exemplo.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público, que tem por objetivo articular ações relacionadas à Lei Maria da Penha, aponta entraves da legislação para punir quem pratica a violência contra a mulher.

— As penas de lesão corporal e de ameaça são muito brandas, e culturais, já que não há uma conscientização sobre a gravidade da violência contra a mulher, o que gera uma certa paralisação dos poderes públicos sobre a necessidade de aprimorar os mecanismos de enfrentamento do problema, como varas judiciais especializadas e redes de atendimento — afirma o promotor David Medina, acrescentando que o grupo suscitou a criação da Promotoria de Justiça Especializada, cujo projeto tramita no Conselho Superior do MP.


Ruth Ignacio, professora do Departamento de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), faz um resgate histórico para explicar a violência contra a mulher. A socióloga afirma que a prática surge com a propriedade privada e a noção de hierarquia familiar. Ao longo dos anos, conquistas femininas e momentos de protagonismo na sociedade deram condições para que o assunto seja discutido abertamente.
Com informações de zerohora.com


Fonte: Portal CPERS/Sindicato

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