domingo, 8 de abril de 2012

Sobram vagas para profissões de alto de risco no Estado

Oportunidades são maiores nas áreas de reciclagem, de transporte de cargas inflamáveis e de trabalho nas alturas.
07/04/2012 19:12
Nunca o mercado de trabalho esteve tão favorável aos chamados profissionais de risco. Apesar de os cargos não exigirem alto nível de escolaridade, a mão de obra disponível não supre a necessidade do mercado. Flávio Nascente dos Santos, diretor da AST Facilities, empresa de recrutamento e seleção, destaca que há muitas vagas para serem preenchidas, especialmente nas áreas de reciclagem de materiais, de transporte de cargas tóxicas e inflamáveis e de trabalho nas alturas com cordas. "O aumento da procura pelos produtos reciclados tornou os separadores de materiais profissionais muito concorridos", revela Santos.

Um dos atrativos das profissões de alto risco é a contrapartida econômica. O trabalhador exposto ao perigo recebe um adicional de periculosidade, que acrescenta 30% no seu salário. Aquele que estiver em situação insalubre tem incrementos que variam de 10% a 40% sobre o vencimento. Nos casos de risco de periculosidade e de insalubridade, o trabalhador deve optar apenas por um índice. Segundo a AST Facilities, o salário varia conforme a ocupação. Nos empregos relacionados à reciclagem e à higienização, o inicial pode ultrapassar R$ 3 mil. No caso dos motoristas de cargas perigosas, a média mensal varia entre R$ 1,8 mil e R$ 2,5 mil.

Os tipos de riscos podem ser classificados em: fachada, altura, rapel, áreas de risco e áreas de difícil acesso. Os trabalhos perigosos são regulados por 35 Normas Regulamentadoras. As NRs relativas à segurança e à medicina do trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas, órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Qualquer trabalhador, com formação técnica ou não para desempenhar trabalhos perigosos, precisa passar por treinamento. O processo pode ser ministrado pelo contratante, pelas empresas de seleção ou por escolas especializadas. "Por mais riscos que tenha a função, o profissional vai trabalhar com equipamento de proteção individual ou de proteção coletiva", afirma ele.

A vida por um fio

Uma das atividades mais perigosas é a de eletricista de linhas de alta-tensão. Além de encarar grandes alturas, esses profissionais enfrentam o risco de choque. O trabalho exige precisão e não dá espaço para a margem de erro, já que todo o procedimento é realizado sem desligar a rede. A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), responsável por fornecer luz para 4 milhões de clientes no RS, tem eletricistas para trabalhar com "linha viva", quando a energia não pode ser interrompida.

Mauro Guimarães de Souza, 36 anos, é supervisor técnico da estatal gaúcha. Eletricista concursado, Souza está na empresa há dez anos. "Quem entra aqui passa por cursos de formação para começar a trabalhar. Depois, de acordo com o serviço para o qual for dirigido, segue fazendo mais especializações. Eu tenho mais de 1,4 mil horas de treinamento e comando equipes que trabalham com linha viva de média tensão (até 22,5 KW)", comenta. O perigo é uma constante e exige cuidados especiais, entre eles, as condições meteorológicas.

"Não podemos mexer nos fios quando tem vento forte, trovoadas e mau tempo de uma forma geral. Nosso equipamento de proteção individual é quase uma armadura. Usamos luvas de borracha que tiram a mobilidade das mãos. E por cima delas, colocamos outro par feito em couro. A roupa tem um revestimento de cobre, com a finalidade de fazer uma blindagem eletrostática (gaiola de Faraday), na qual a corrente elétrica passa pela roupa e a pessoa não sente a eletricidade", explica Souza.

"Acidentes só acontecem se não forem respeitados os procedimentos de segurança, se deixar de usar algum equipamento, ou, ainda, usar equipamento defeituoso", completa.
http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=410432
Nota do TioNoé: No Magistério também estão sobrando vagas. Certamente pelos mesmos motivos. Os Professores convivem com tantos riscos e insalubridades e não recebem EPIs e nem adicionais para isso. Para quem já está acostumado com tantos Choques de Gestão, quem sabe não está aí uma boa saída! Mesmo assim, Feliz Páscoa!!!

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