terça-feira, 17 de dezembro de 2013

PL propõe cassar governantes que pioram a educação

Está nas mãos da comissão especial da Câmara dos Deputados a chamada "Lei de Responsabilidade Educacional", Projeto de Lei 7420/06,de autoria do deputado Raul Henry, do PMDB de Pernambuco, que propõe que prefeitos e governadores fiquem inelegíveis por quatro anos se houver queda na qualidade de ensino das escolas de seus estados e municípios.

A proposta é a seguinte: nenhuma escola deve baixar sua nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) até que sejam atingidas as metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10, já aprovado pela Câmara e atualmente em análise pelo Senado).
O Ideb é um indicador criado pelo governo federal em 2007 para medir a qualidade do ensino nos colégios públicos e privados. As notas – de zero a dez – são calculadas a partir de dados sobre aprovação escolar e médias de desempenho dos estudantes em avaliações padronizadas.

Conforme o PNE, as escolas da primeira e da segunda fases do ensino fundamental e do ensino médio devem tirar, em média, notas 6, 5,5 e 5,2, respectivamente, ao final dos dez anos de vigência do plano. Hoje, as médias das escolas são: 5, 4,1 e 3,7. “Nem tudo o que está errado no ensino deve ser responsabilidade dos gestores, mas é preciso criar um mecanismo externo de pressão para que os governantes tenham também o olho na qualidade da educação pública”, argumentou Henry.

A proposta também deve regulamentar o chamado padrão mínimo de qualidade do ensino, já previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/96). Segundo o relator, o substitutivo deverá conter uma lista de 15 pontos a serem cumpridos por todas as escolas, como plano de carreira dos professores, infraestrutura adequada, programa de reforço escolar e cumprimento da lei que determina o piso salarial para os docentes (Lei 11.738/08), hoje fixado em R$ 1567.

Precisamos no Brasil de algo que force uma ruptura com a situação de dormência diante da tragédia educacional.Dizem que melhoramos em relação a nós mesmos, quando até os dados do MEC apontam para uma estagnação e até retrocesso em algumas séries. E pergunto: não estamos em plena era da competição global? A corrida é com os outros. Vi os últimos dados da Organização Internacional do Trabalho e fiquei espantado. A produtividade do brasileiro é baixa: corresponde a 18% da americana, e vem caindo. Evidentemente, isso não é fruto de um país que está fazendo seu dever de casa em relação à educação. Às vezes, indago a meus colegas de Câmara: “O Brasil está na rabeira e não vamos fazer nada?”. É preciso quebrar essa lógica silenciosa que perpetua o fracasso” - afirma o autor do Projeto de Lei.

Fonte: Portal CPP

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