sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Greve volta à pauta do Cpers

 “Estamos vivendo um período de muita repressão por parte do Governo, temos sofrido descontos de salário, além de passarmos por assédio moral e perseguição política por qualquer mobilização que fizemos, portanto, não é um período fácil para a categoria, mas ainda assim temos disposição em lutar pelos nossos direitos”,  (Rejane de Oliveira - Presidente do CPERS/Sindicato)

 Greve volta à pauta do Cpers  
          Presidente do Cpers/Sindicato Rejane de Oliveira (Foto: Najaska Martins)    


Professores estaduais voltam a sinalizar a possibilidade de entrar em greve a partir da segunda quinzena desse mês. A notícia foi anunciada pela presidente geral do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers)/Sindicato, Rejane de Oliveira, em coletiva de imprensa realizada ontem (1º), em Erechim.

A categoria tem planos de paralisar novamente reivindicando o pagamento do piso nacional dos professores, questões previdenciárias, investimentos em infraestrutura na educação, derrubada da reforma do ensino médio além de questões funcionais. De acordo com Rejane, estão sendo realizadas visitas nas escolas estaduais dos 42 núcleos do Cpers, além de plenárias com o objetivo de ouvir as bases sobre a possibilidade da greve.

A presidente geral destacou que a paralisação está sendo construída através de debates com trabalhadores de educação e comunidade escolar para que então seja feita uma assembleia no dia 23 em Porto Alegre onde será deliberado se haverá greve ou não. “Estamos vivendo um período de muita repressão por parte do Governo, temos sofrido descontos de salário, além de passarmos por assédio moral e perseguição política por qualquer mobilização que fizemos, portanto, não é um período fácil para a categoria, mas ainda assim temos disposição em lutar pelos nossos direitos”, enfatizou.

Rejane explicou que no dia 15 de julho foi entregue uma pauta ao Governo do Estado a fim de propor negociação, porém não houve retorno. “Não obtivemos respostas, o que prova que não estão abertos ao diálogo ao mesmo tempo em que se mostram intransigentes quanto às questões da categoria, então não há forma melhor de pressionar do que uma paralisação”, disse. A presidente comentou ainda, que a greve só não foi realizada logo após o término das férias de julho por não ter sido consultada toda a base, mas que a partir da assembleia do último mês, os profissionais ficaram pautados para discutir sobre a paralisação.

O pagamento do piso nacional aos professores é um dos principais pontos que a categoria reivindica. Rejane enfatiza que por se tratar de uma lei assinada pelo governador do Estado enquanto ministro da justiça, a questão se torna ainda maior. “Foi o próprio Tarso Genro que implementou a lei do piso, então não há como aceitar que ele não cumpra com o que prometeu. Desde o início do mandato dele não tivemos sequer um projeto que garantisse esse direito”, ressaltou.

Além do piso, Rejane destacou as reivindicações em relação às mulheres trabalhadoras. “Temos uma categoria majoritariamente feminina, portanto temos várias questões que abrangem esse público, como o abono do ponto quando precisam fazer exames de prevenção ao câncer e licença maternidade de seis meses, por exemplo”, comentou.

A reforma do Ensino Médio também é uma das principais questões debatidas dentro do âmbito pedagógico. “Queremos a suspensão do ensino médio politécnico, porque trata-se de uma reforma que coloca os alunos como mão de obra barata aos empresários. De um modo geral, beneficia só as classes mais ricas”, salientou Rejane. A presidente acredita que a escola pública precisa cumprir com um papel social de formar os alunos e prepara-los para que possam competir no mercado de trabalho. “O politécnico prepara estudantes para serem empregados e nunca chefes, e está nisso o maior erro. Sem contar que foi simplesmente imposto, sendo que nem as escolas e nem os professores puderam se preparar”.

Segundo Rejane, a greve será uma forma de pressionar o governo para que cumpra com os direitos da categoria ao mesmo tempo em que pede melhorias nas escolas para que os estudantes tenham educação de qualidade. “A postura governamental tem sido muito repressiva, decide tudo sem consultar os principais interessados, e por isso reivindicamos a democracia nas escolas e a possibilidade da comunidade escolar poder decidir pelo que quer e pelo que precisa”.


Fonte: Profemarli.comunidades.net (com modificações)

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