sábado, 7 de fevereiro de 2015

O lugar da Educação

REJANE DE OLIVEIRA
Ex-presidente do Cpers

O sistema capitalista, para sobreviver, precisa subordinar a educação aos seus interesses. Sua pretensão é garantir a aceitação passiva do sistema que explora o trabalho. O papel da educação é libertar o ser humano do determinismo neoliberal, desenvolver uma alternativa de sociedade igualitária e emancipadora.

Infelizmente, os governos têm contribuído com isso. A falta de investimento, a não valorização profissional, a ausência de uma política de acesso no ingresso e na permanência na escola têm colocado a educação numa situação de vulnerabilidade frente ao ideário neoliberal.


A presidente Dilma, no seu discurso de posse, anunciou o lema: “Brasil, pátria educadora”. Busca com isso alimentar ilusões. Inicia seu governo fazendo cortes na educação e nomeando como ministro Cid Gomes, engenheiro, consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento, um perfil claramente neoliberal. Como político, mostrou a porta da rua da educação pública para os educadores que lutavam por direitos.


A pátria educadora será para o mercado e para o capital.


No Rio Grande do Sul, o novo governador, Ivo Sartori, busca a marca do grande negociador, sorrisos, abraços e nenhum resultado concreto. Aliás, na ausência de iniciativas e propostas, vem sempre o “mantra” da negociação. Não paga o piso nacional, não nomeia professores e funcionários, demitiu contratados e a política de cortes vem no mesmo sentido do governo federal. Ora! O vice da presidente Dilma é do mesmo partido do governador Sartori. Tudo junto e misturado!


O discurso do governo estadual é a falta de dinheiro, e responsabiliza o governo anterior. A gestão que começou em janeiro terá que responder por suas ações, ou ausência delas.

Explicar como aumentou os salários do governador, vice, secretários, parlamentares, juízes etc., e não tem para cumprir a Lei do Piso. Não adianta transferir responsabilidades, terá que assumir suas escolhas e, pelo que vejo, a educação não será sua prioridade. Caberá a nós, educadores, colocar a educação em primeiro lugar… lutando.
 
Fonte: Blog 14º Núcleo CPERS/Sindicato

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