terça-feira, 25 de março de 2014

TCE aponta mortos como beneficiários do IPE e médico que atendia 193 por dia


Relatório embasou decisão do deputado Paudo Odone de suspender a proposta de incluir pais de servidores do Estado no plano



O relatório da inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) no IPE-Saúde aponta indícios defraude e descontrole nos pagamentos de consultas e exames, como mortos como beneficiários do plano. Outro caso é de um médico com 193 consultas em 10 horas, no período das 20h às 6h. No mesmo dia, outro profissional aparece com registro de 109 atendimentos.
Havia consultas com pacientes diferentes ao mesmo tempo. Há indícios de que a senha do sistema era utilizada por pessoas desautorizadas. Ao todo, 29 segurados e 598 dependentes continuam no sistema do IPE, embora tenham morrido. Outros 39,1 mil segurados tem o RG 0000000.
O resultado da inspeção também traz uma projeção do déficit nas contas, que ameaça o futuro do instituto. Para 2014, o déficit entre as despesas e as receitas pode chegar a R$ 98 milhões e, em dez anos, a R$ 3,3 bilhões, em um cenário positivo do TCE. 
O relatório sugere ainda a necessidade de rever as contas, já que as despesas cresceram 104% desde 2004 e as receitas 40%. Uma das causas apontas para a crise do IPE é a permissão para o desligamento de funcionários, que permitiu que servidores com altos salários deixassem o plano, já que a contribuição é 3,1% da remuneração. Ainda são apontados prejuízos em contratos com prefeituras a e má distribuição do patrimônio imobiliário.
Diante deste cenário, o deputado Paulo Odone do PPS suspendeu o projeto de inclusão de pais de funcionários do Estado como dependentes. O projeto de 2011 estava na ordem do dia e poderia ser votado nesta terça-feira. O presidente do IPE, Valter Morigi, disse que mortos como beneficiários do plano e outras irregularidades são casos de polícia e que podem ter ocorrido, pois isso serão verificados.
 
Fonte: Blog 20º Núcleo CPERS/Sindicato

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