O dia 1º de abril, Dia da Mentira, já
passou, mas relembre as dez das mais famosas mentiras envolvendo a Copa
do Mundo de 2014. Mentiras que custaram, custam e custarão caro ao país:
1. Maioria dos investimentos será privada
Antes mesmo de o Brasil ser oficializado como sede do Mundial, em 2007,
Ricardo Teixeira repetia em seus raros discursos uma tese: “Uma Copa bem
organizada é aquela que tem recursos prioritariamente do setor
privado”. Seis anos depois, o dinheiro público é, de longe, o principal
financiador do Mundial.
2. O Governo não investirá na construção de estádios
O discurso repetido nos primeiros meses após a escolha do
Brasil como sede da Copa era de que os Governos não iriam investir na
reforma e construção de estádios – a ideia era que os gastos públicos
fossem feitos em outras obras de infraestrutura. Hoje, 97% do dinheiro
investido nas arenas é governamental.
3. As arenas construídas dentro do orçamento
Quando os primeiros orçamentos de construção e reformas de estádios para
a Copa do Mundo começaram a aparecer, a lista assustava pelos valores
altos – o Estádio Nacional, em Brasília, ficaria em torno de R$ 700
milhões, por exemplo. Seis anos depois, todos os estádios da Copa já
estouraram a previsão de gasto inicial.
4. Estádios da Copa das Confederações prontos até dezembro de 2012
As recomendações da Fifa eram claras: os seis estádios para a Copa das
Confederações deveriam estar prontos até dezembro de 2012; os que não
estivessem, ficariam fora do torneio. Quando o ano passado acabou,
apenas o Castelão havia sido inaugurado – mas o primeiro jogo só
aconteceu no fim de janeiro de 2013.
5. O Monotrilho de São Paulo
Única obra prometida para a Copa do Mundo em São Paulo, o Monotrilho não
ficará pronto a tempo para o Mundial. Depois de anos de construção e de
atrasos, apenas em outubro de 2012 foi feito o anúncio de que não
haverá tempo hábil para que a obra seja terminada antes do torneio.
6. Transporte público em Manaus
Quando foi anunciada como uma das 12 sedes da Copa do Mundo, Manaus
apressou-se em mostrar um projeto revoluncionário de transporte público,
que incluía a construção de um monotrilho e do BRT. Mas, alegando
problemas burocráticos que atrasaram o início das obras, os governos
estadual e municipal tiraram as obras da lista de encargos para a Copa.
7. O VLT de Brasília
Outra grande obra de estrutura de transportes anunciada com pompa foi o
VLT de Brasília, O sistema de trens seria a solução para uma cidade que
peca pela falta de boas opções para transporte público. A construção
começou em 2007, mas parou em 2010 em meio a denúncias de corrupção. Em
2012, a obra saiu do caderno de encargos da Copa.
8. O ultimato da Fifa para a Copa das Confederações
O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, falou uma, duas, dez vezes: o
estádio da Copa das Confederações que não estiver pronto até abril de
2013, ficará fora da competição. O prazo já era uma alteração com
relação ao inicial, de dezembro de 2012, mas ainda assim não foi o
bastante. O Maracanã só reabrirá em 28 de maio, segundo a última
previsão.
9. Mudança na estrutura de aeroportos
A Copa seria uma ótima oportunidade para mudar a sucateada estrutura
aeroportuária do Brasil. Durante os anos que se seguiram ao anúncio do
país como sede do Mundial, todas as cidades – mesmo ainda na fase de
candidatura às sedes – prometeram reformas, mas menos da metade de
cumprir o planejado. Em Belo Horizonte, a reforma já foi reduzida para
terminar antes do Mundial; em Curitiba, apenas 30% das obras estará
pronta na época da Copa.
10. A Internet 4G
A tecnologia de acesso a internet e telefonia, que já existe em países
da Europa e nos Estados Unidos, era uma das promessas para as 12
cidades-sede, devido à alta demanda durante a Copa do Mundo. Pouco mais
de um ano antes do Mundial, especialistas em telecomunicações já apontam
que não há mais tempo para que o sistema seja implantado em todas estas
cidades antes do Mundial.
Thiago Arantes/espn.com.br
Fonte: Trespassos News
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